quinta-feira, 15 de julho de 2010

O lado B

Anderson Cogo
Ana Marcia Nilson
Marlon Ortiz
Muito se fala das mulheres ocupando seu espaço no mercado de trabalho. Todos os dias vemos crescer o número de advogadas, engenheiras, jogadoras de futebol, skatistas e militares. Mas o contrário não é tão comentado assim, os homens em profissões onde as mulheres predominam.

José Ubaldo Dutra, 58 anos, é artesão e artista plástico, iniciou a carreira nas artes por necessidade: "vivo do meu trabalho e de pequenas ajudas, moro sozinho", afirma. Há mais de dez anos ele trabalha criando colares, brincos e pulseiras, dos mais variados modelos, cores e tamanhos.

Dutra diz que nunca foi discriminado por ser um homem que vende bijouterias, mas que já sofreu preconceito por ser humilde: "já fui discriminado, mas sou limpo, tenho condições para encarar isso".

Outro exemplo de homem numa profissão dominada por mulheres é Amauri Vieira, 63 anos. Agora aposentado, Vieira trabalhou por quatro décadas como costureiro. Aprendeu o ofício com sua mãe e, numa fase ruim de finanças, aderiu à profissão. Nunca mais parou.

Embora tenha sua aposentadoria, Vieira continua costurando, é sua alegria, mesmo com as dificuldades nas juntas: “eu trabalharia bem mais, adoro costurar, mas tenho muita dor nas mãos por causa da artrite, agora no inverno então... Mas sempre que eu posso eu estou costurando!”.

O número de encomendas de roupas é grande, o trabalho de Amauri hoje é reconhecido, apesar de, no começo, ter sido recriminado. “No início, nem minha mulher me apoiava. Porque pouco a gente vê homem costurando, ela tinha medo do que os outros iam falar. No fundo, acho que ela tinha ciúme por eu costurar melhor que ela!”, ele ri e olha pra esposa, dona Joana.

Anderson Lamana, 21 anos, ingressou no curso normal, antigo magistério no ano de 2006. Nesta semana, está terminando seu estágio probatório na Escola Estadual de Ensino Fundamental Tricentenário. A educação infantil é uma das áreas onde as mulheres historicamente predominam.

Atuando em um 3º ano, com crianças na faixa dos 8 anos, ele diz que tudo aconteceu com naturalidade, embora os alunos tenham estranhado no começo. “Elas disseram que esperavam uma estagiária e não um estagiário!”, comenta aos risos.
Apesar de não ser tão corriqueiro um homem lecionando nas séries iniciais, segundo ele, tanto os professores da escola quanto pais o acolheram muito bem.

Outra profissão onde as mulheres predominam é a enfermagem. Alaor Aguiar Wercher atua na área há 8 meses. “Resolvi seguir a profissão por influência da família. Minha mãe era enfermeira e sempre me identifiquei, quis exercer ”.
Para Alaor, o melhor da Enfermagem é a realização profissional: “Esse lado humano que a carreira proporciona, nada substitui.”. Ter atenção, dedicação e carisma com os pacientes para ele é fundamental.

O enfermeiro conta que muitos ainda veem a enfermagem como uma profissão de mulheres por sua origem: “No passado, as primeiras enfermeiras eram prostitutas que cuidavam dos soldados na guerra. Aí pode ter surgido esse senso comum”.

Ele diz que o preconceito hoje com homens na área é menor: “Hoje os centros de enfermagem necessitam da presença masculina por sua força em relação às mulheres. A profissão exige, em muitos casos, carregar pacientes, depende da força bruta que só o homem possui”.

Motocross: o sonho de uma família

Daíse Carvalho
Larissa Lucero
Lenise Morgental

A paixão pelo esporte sempre moveu Getúlio Acosta Júnior. Ainda criança, ele já demonstrava interesse pela velocidade. O incentivo veio de seu pai Getúlio Acosta, que presenteou o menino com uma pequena motinho motorizada ao completar sete anos. A partir daí a união com as motos só se fez mais forte. Hoje, o menino é um jovem de dezesseis anos que coleciona troféus espalhados pela sala, quarto e escritório da casa de seus pais, conquistados representando São Borja em campeonatos estaduais.

Ao todo, Getulinho, como é conhecido e chamado pelos admiradores, já conquistou mais de duzentos troféus, em diversas categorias pelas quais compete.

Ele sabe da responsabilidade que carrega, pois é patrocinado por empresas são-borjenses que acreditam na vitória e sucesso do garoto. “Para mim, encaro como se eu fosse o combustível da moto, quando corro, acelero pra ganhar distância e manter, além de velocidade, é preciso estar atento”, conta Júnior.

Por ser um adolescente e ter várias tarefas escolares para conciliar com os compromissos correspondentes às corridas, quem sempre o acompanha de perto é sua mãe Gisele Acosta. “Comecei a acompanhar as corridas desde o dia em que ele caiu e machucou o maxilar, desde esse dia ele não se feriu mais. É um ótimo filho, tem uma cabeça muito boa, mas não é nada dedicado aos estudos”, preocupa-se Gisele, que cobra e incentiva o garoto a não descuidar das notas.

As inscrições nos campeonatos, horários e datas são cuidados atentamente por Getulinho, que se responsabiliza por conta própria. Getúlio Jr. possui quatro motos com motores diferentes, seu mecânico é porto-alegrense, mas geralmente quem dá um retoque ou soluciona problemas de emergência é seu pai. O principal incentivador, hoje vibra com cada conquista, com cada pódio e fica ao lado da pista torcendo pelo filho.

Segundo Getúlio (pai),” a vontade dos pais muitas vezes se realiza nos filhos. Eu tinha o sonho de vencer veloterras e campeonatos, mas as coisas não aconteceram assim. É melhor ver meu filho agora conquistando prêmios, é a realização do sonho dele”. Getulinho está regulamentado burocraticamente pra representar a cidade de São Borja, venceu corridas em Santo Ângelo e geralmente nas corridas é um dos mais novos a competir. “Novo em idade não quer dizer inexperiência”, ressalta Marcelo Lopes, que prepara as motos para as corridas e trabalha com Júnior desde o início das competições, em 2006.

O curioso na história é que nem seu pai, nem Júnior, o Getulinho, pensaram em profissionalizar essa paixão. “Corro porque gosto, não para ganhar dinheiro”, explica o guri, que sem presunção afirma levar uma vida tranqüila e feliz ao lado da família que o incentiva sempre.

Eu não penso eu sair daqui e ir correr pelo mundo. Eu quero correr e ganhar cada competição. O que vai acontecer depois eu não sei, ainda é cedo para dizer.

Bebidas que aquecem!

Camila Schmidt
Carmen Costa
Marlova Martin
Rafaela Thevenet

As baixas temperaturas do inverno em São Borja favorecem a busca por bebidas que aquecem e trazem sensação de bem-estar. Se no verão o refrigerante e a cerveja são os mais procurados, na estação mais fria do ano existe um leque muito grande de bebidas que podem ser apreciadas em nossa cidade.

Segundo a nutricionista Carolina Ruzzanti Alves, o organismo, para proteger-se do frio, acelera o metabolismo, necessitando de mais energia para que o corpo se mantenha aquecido. Ela sugere bebidas que aqueçam e que tragam benefícios para a saúde.

Fomos para as ruas saber a opinião de algumas pessoas sobre o que elas preferem beber nesta estação:

O comerciante Valmir Bezpauko, 40 anos, nos conta que sua bebida preferida é o vinho, pois, além de ser saboroso é medicinal.

A estudante Tamara Finardi, 17 anos, diz que gosta do inverno porque pode tomar a sua bebida predileta, o chocolate quente.

Para Joana Saratt, funcionária do serviço de nutrição do hospital Ivan Goulart, o café é indispensável nesta estação, pois além de ser gostoso, tira o sono durante o expediente da manhã.

Natã Nicolli, estudante, 18 anos, afirma que prefere chimarrão. É uma bebida que aquece o corpo.

A partir da enquete, veja abaixo uma lista de bebidas alcoólicas e não alcoólicas que podem ser encontradas em São Borja e também dicas e receitas para aquecer seu inverno com outras bebidas saborosas.

CHÁS
Para quem quer se aquecer e ao mesmo tempo cuidar da saúde, uma boa pedida são os chás. A expressão "chá de ervas" ou simplesmente "chá" é freqüentemente usada para qualquer infusão de ervas ou frutas. Os chás mais populares são os de alecrim, alfazema, arnica, camomila, catuaba, erva cidreira e doce, hortelã, jasmim, carqueja, menta, malva, e maracujá. Veja abaixo algumas dicas de que chás procurar para diferentes finalidades:

-Sistema digestivo:
Diminuição da secreção de ácido clorídrico e pepsina: Espinheira Santa, guaçatonga, zedoária e mil em ramas.

Proteção da mucosa gástrica: Alcaçuz, malva, espinheira santa, tanchagem.

Diminuição de dor com analgésicos e espasmolítico: Camomila, melissa, macela, sálvia, hortelã.

Carminativo (contra gases) – Funcho, erva doce, zedoária.

Digestivo: gengibre, pimentas em geral (utilizar com muita moderação), limão, carqueja.

-Sistema nervoso:
Alfazema: tem efeito mais harmonizador, é tônico dos nervos, calmante, indutora do sono, estimulante do cérebro.

Erva Cidreira/ Capim Limão: calmante, sedativa, hipotensora.
Alecrim: Tônico cerebral e digestivo, excitante, antidepressivo. Tônico do Sistema Nervoso Central.

Dica:
Para nós muheres uma boa alternativa para manter a forma são os chamados “chás emagrecedores” que na verdade auxiliam na digestão e inibição de apetite.

-Chá emagrecedor:
Chá verde, Alcachofra, Chapéu de coro e Hibisco

Chimarrão
Há quem prefira se aquecer com a bebida típica dos gaúchos, o bom e velho chimarrão. Além de saboroso, o chimarrão possui propriedades beneficentes para a saúde. Análises e estudos sobre a erva-mate têm revelado uma composição que identifica diversas propriedades nutritivas, fisiológicas e medicinais no produto, o que lhe confere um grande potencial de aproveitamento. Na constituição química da erva-mate são encontradas: cafeína, vitmaminas, proteínas, sais minerais e, segundo especialistas, a erva-mate é considerada um alimento quase completo, pois contém quase todos os nutrientes necessários ao nosso organismo. O chimarrão, segundo institutos de pesquisas internacionais, é um tônico estimulante do coração e do sistema nervoso: elimina os estados depressivos, conferindo ao músculo maior capacidade de resistência a fadiga, sem causar efeitos colaterais.

NÃO ESQUEÇA:
A nutricionista Fernanda Pedron fala da importância da água na nossa vida, e que devemos beber sempre não importa a estação, nem a temperatura. Ela afirma ainda que: ”as pessoas só lembram de bebidas saborosas e calóricas, esquecendo sempre da que é mais importante para nossa saúde”.

São Borja diz NÃO às drogas

Luan Berti
Marcelo Reis
Tâmela Grafolin

A partir do dia 16 de julho, em São Borja, ocorrerá a campanha “São Borja Contra as Drogas”, que visa mobilizar a comunidade para alertar, informar, conscientizar e ajudar na luta contra as drogas. Uma iniciativa do Governo do Estado, em parceria com a prefeitura e com a RBS, que já vem trabalhando com uma campanha estruturada contra o Crack.

No dia 16, haverá durante todo o dia palestras e exibições de vídeos de conscientização contra as drogas nas escolas da cidade. “É pedido para os pais que leiam e expliquem os folders da campanha para as crianças menores, para que elas entendam os riscos do uso das drogas. A droga nas escolas é uma vivência diária, não tem como esconder e dependendo da classe econômica e da educação familiar, se torna mais nítido o contanto com essas substâncias”, ressalta Nídia Severo, orientadora Educacional da 35ª Coordenadoria Regional de Educação.

Segundo Ana Alice Marques, docente do Senac, “a campanha é um trabalho preventivo de orientação, sendo que a principal função é chamar a atenção da sociedade para o esse problema”. Antes do início do projeto, os voluntários receberam cursos e treinamentos para tornar o trabalho de conscientização mais eficaz. “Nós ouvimos relatos de ex-dependentes químicos e tivemos cursos sobre o tema para explicar melhor para a população”, relata Nilza Vieira, auxiliar administrativa do Senac.

Nos folders que são distribuídos nas ruas e nas escolas são apresentadas algumas das principais substâncias que são divididas em três tipos: drogas que diminuem a atividade mental (tranquilizantes, álcool etílico, narcóticos e os solventes), drogas que aumentam a atividade mental (anfetaminas, cocaína e o tabaco) e as drogas que produzem distorções da percepção (maconha, alucinógenos e o Ecstasy). Conforme Robson Friedrich, auxiliar administrativo do Senac, “muitos não sabem que o uso inadequado de analgésicos pode levar à dependência química, também o álcool e o fumo, que são substâncias lícitas, mas que devem ser erradicadas do convívio de crianças e adolescentes”.

No dia 18 de julho ocorrerá mateada de encerramento da semana de combate às drogas no Cais do Porto. Nesse evento toda a família está convidada a comparecer, pois também estão previstos shows e conscientização para a população presente.