sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Última Edição

Lei Seca não tem fiscalização
Por Francis Limberger e Vladson Ajala

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Vandalismo e pichações denigrem a imagem de São Borja
Por Marcio Cavalheiro e Flávio da Silveira

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Efetivo da Brigada Militar em déficit
Por Felipe Severo e Leonardo ÁvilaFotos: Guilherme Veiga

Combustível argentino prejudica carros brasileiros
Por Filipe Vieira e Natiele Corrêa
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João Goulart recebe homenagens em São Borja
Por Adir Machado, Eduardo da Silva, Fábio da Silva
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Fim do Período de Adaptação à Lei do SAC
Por Ligiane Brondani, Cristyeli Carvalho e Franciéli Keller

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Projeto que prevê mudança no sistema de cotas tem apoio
Por Andréia Sarmanho, Chaiane Gomes e Margane Escobar
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Agrotóxicos contra a natureza
Por Luana Raddatz

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Casos Maria da Penha em São Borja
Por Deise Jeske e Sirlene Kaefer

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Acessibilidade para deficientes é precária em São Borja
Por Aline Donato, Bruna Bueno e Karin Franco
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Lei Seca não tem fiscalização

Por Francis Limberger e Vladson Ajala


vários meses em vigor, a Lei Seca não vem sendo muito respeitada em São Borja. Os últimos acidentes no trânsito são-borjense envolvem motoristas embriagados, acarretando até mesmo vítimas fatais. O principal motivo para o descumprimento da lei é a falta de fiscalização.


Nilton Mançoni, gerente de uma empresa de bebidas, conta que os motoristas continuam procurando bebidas alcoólicas em seu estabelecimento. Segundo ele, apenas no início a fiscalização ocorria e os condutores estavam mais receosos. Nesse período, a procura de motoristas por bebidas diminuiu, mas não afetou a empresa. Segundo Renata Santana, caixa e tele-atendente da mesma empresa, a procura por bebidas até aumentou, mas por telefone.


A fiscalização também é o problema apontado pelo taxista José Carlos Pimentel. Ele conta que nos principais bares e boates da cidade, as pessoas bebem explicitamente, e não são repreendidas. José Carlos, que teve uma procura maior por seus serviços somente no início da Lei Seca, lembra ainda que 99% de seus passageiros estão alcoolizados, e que o mesmo ocorre com os motoristas de carros particulares.


Segundo um agente de trânsito, a fiscalização realmente diminuiu com o passar do tempo. Até porque, os agentes de São Borja não têm bafômetro próprio, o que dificulta o trabalho. A conseqüência disto vem sendo o aumento do consumo novamente, e do descumprimento da lei. O temor é ainda maior agora, com as festas de fim de ano.


Um cidadão de 40 anos, que não quis se identificar, conta que se sentiu assustado logo que a lei foi aprovada, mas não deixou de beber e dirigir. Apenas começou a tomar mais cuidado, principalmente em relação aos lugares que passava. Apesar de desobedecer à lei, ele concorda com ela. Acredita que as pessoas estão notando uma diminuição de intensidade na fiscalização, de uns tempos pra cá, e por isso não estão respeitando a Lei Seca.

Vandalismo e pichações denigrem a imagem de São Borja

Por Marcio Cavalheiro e Flávio da Silveira

Dentre as aspirações de cidades que desejam ter em suas vias urbanas um aspecto limpo e agradável aos seus habitantes e visitantes, destaca-se a educação de seu povo no tocante à manutenção e zelo pelo patrimônio público e particular.

Somente pela educação e consciência cidadã é possível manter limpos e em ordem banheiros públicos, lixeiras, fachadas de prédios, monumentos e tudo que é do bem comum. São Borja tem se notabilizado pelo grande número de incidentes de vandalismo e depredações de toda ordem.

Lixeiras e telefones públicos queimados ou quebrados, muros e fachadas pichadas, banheiros públicos em condições precárias de conservação e higiene, embora o constante trabalho de limpeza e manutenção por parte do poder público, têm sido verificados com freqüência na cidade.
Para o diretor de Serviços Urbanos, Carlos Alberto Weber Barreto, as iniciativas de combate ao vandalismo devem partir da própria comunidade: “Pedimos aos moradores e às entidades que nos ajudem, mas cada vez aumentam mais as depredações, verificadas desde as praças até o cemitério”.

As escolas também vêm sendo alvo de pichações, em muitos casos perpetradas pelos próprios alunos. Em uma das maiores escolas do município, o Colégio Sagrado Coração de Jesus, localizado no centro da cidade, as pichações se acumulam ao longo de toda a extensão da escola que faz limite com a calçada.

A irmã Fernanda Cerutti aponta a educação familiar como fator determinante a esta problemática: “Eu acredito que o vandalismo só pode ser combatido quando tivermos uma educação forte de berço”.

A pichação é considerada no Brasil vandalismo e crime ambiental. Conforme o artigo 65 da Lei 9.605/98, com pena prevista de três meses a um ano de detenção mais o pagamento de multa. Se o crime se der em monumento histórico ou tombado pelo seu valor artístico ou arqueológico a pena mínima é de seis meses de detenção, além de multa.

Em Porto Alegre, foi criado o serviço “Disque-pichação”, que em maio deste ano completou dois anos de implantação, já tendo recebido cerca de 800 denúncias, resultando em 150 detenções.
Para o Tenente Fernando da Brigada Militar em São Borja, o principal motivo para a prática deste ato ilícito é o consumo excessivo de álcool, com os infratores estando geralmente na faixa etária de 16 aos 20 anos. “Geralmente, são jovens que cometem estes vandalismos, após terem ingerido álcool ou drogas”. Na grande maioria das vezes, os vândalos não são pegos em flagrante, o que dificulta a ação da polícia.

Para José Francisco Antunes, vendedor ambulante e freqüentador assíduo da Praça XV de Novembro, o vandalismo dificulta também a sua vida. “É realmente um grande problema para pessoas como eu, que necessitam usar o banheiro da praça e quase sempre está sem condições, sem falar nos orelhões que, para pessoas pobres como eu, são a melhor opção, mas é preciso, às vezes, andar por várias quadras até encontrar algum que funcione”.

Em pesquisas e enquetes propostas na internet, a opção que é quase unanimidade entre os internautas aponta a punição como melhor medida para coibir as pichações e vandalismos, em detrimento da educação. Na página do Grupo Bandeirantes de Comunicação na internet, enquete sobre o tema traz o índice de mais de 75% de usuários defendendo a punição para os casos de vandalismo, contra pouco mais de 24% que preferem a educação.

Combustível argentino prejudica carros brasileiros

Por Filipe Vieira e Natiele Corrêa

Desde a criação da Ponte de Integração São Borja – Santo Tomé, muitos brasileiros tem ido até a Argentina por questões como lazer e, principalmente, consumo. Um dos produtos mais procurados pelos brasileiros no país vizinho é a gasolina, por apresentar um baixo custo em comparação à brasileira. Apesar de fazer diferença no bolso dos motoristas brasileiros, a gasolina argentina prejudica o funcionamento dos carros com sistema de injeção eletrônica.

Segundo os profissionais da área automotiva de São Borja, a gasolina amarela é a vilã por conter chumbo, não sendo recomendada para os carros com injeção eletrônica. Segundo Jeferson Ferreira, mecânico, houve casos em que a utilização desse tipo de combustível já fundiu o motor de alguns carros. A recomendada, segundo ele, é a gasolina azul, que leva mais tempo para danificar o veículo. O real problema é que os carros brasileiros possuem um sistema de injeção eletrônica diferente dos carros argentinos.

Mesmo assim, alguns motoristas preferem arriscar e abastecer com o combustível argentino, como é o caso do militar Cristian de Melo, que mesmo sabendo que a gasolina do país vizinho pode danificar seu veículo, fato que, segundo ele, já aconteceu, ainda assim leva em consideração a diferença dos valores no preço dos combustíveis.

Apesar do elevado preço do combustível brasileiro, ainda existem motoristas que com receio de danificar seu veículo não abastecem no país vizinho. É o caso do empresário Augusto de Souza, que prefere utilizar o combustível brasileiro a trocar as peças danificadas pelo uso do combustível que não é apropriado para os carros brasileiros e acabar gastando mais.

Embora existam consumidores conscientes, alguns motoristas preferem arriscar. José Rodrigues, frentista, afirma que o número de carros abastecendo nos postos brasileiros hoje já é um pouco maior do que tempos atrás, pois segundo ele, muitos voltaram a abastecer no país em função de que seus veículos tiveram algum problema por causa do abastecimento com o combustível estrangeiro.

O carro com gasolina brasileira roda em média 45.000 km mantendo o bom funcionamento do sistema de injeção, ao passo que se for utilizada a gasolina argentina quando o carro atinge 30.000 km rodados já se faz necessária uma revisão.

Leia mais:
http://video.aol.com/video-detail/gasolina-brasil-e-argentina/3134815390
http://www.abin.gov.br/modules/articles/article.php?id=1185
http://sopabrasiguaia.blogspot.com/2006/07/argentina-quer-aumentar-preo-da.html

João Goulart recebe homenagens em São Borja

Por Adir Machado, Eduardo da Silva, Fábio da Silva.

Foi aberta terça-feira a semana de homenagens ao ex-presidente João Goulart em São Borja. O evento, realizado na Câmara de Vereadores, vai até o próximo sábado, seis de dezembro, quando se completam 32 anos da morte de Jango.

No sábado vai acontecer uma sessão solene no plenário da Câmara. A organização do evento é do Departamento de Assuntos Culturais (DAC) do município. O diretor do departamento, Sidney Fenerharmel, explica as atividades previstas: “O evento iniciou ontem [terça-feira] com a palestra do Christopher [Goulart, neto de Jango]. Continua com palestras e seminários até a sexta-feira.”

Fenerharmel explica que “o evento visa resgatar a memória do ex-presidente, que de certa forma foi obscurecida pelo regime militar de 64, e colocar a disposição da comunidade para ser objeto de estudo e pesquisa.”



Christopher Goulart, diretor-jurídico do Instituto João Goulart, apresentou o documentário “Jango em três atos”. O neto do ex-presidente aponta que o documentário retrata desde a Revolução de 23 até o depoimento de Mario Neira Barreiro, ex- agente de segurança do serviço secreto uruguaio, que afirma que Jango foi assassinado.

O médico e psicanalista Marco Pinheiro, autor do livro “Jango, o Presidente Injustiçado”, afirma que a história do ex-presidente deve ser resgatada. “Nós julgamos ele um injustiçado. Foi o presidente que tentou fazer as reformas e não conseguiu, e é isso que estou tentando mostrar. Tenho a impressão de que estamos no caminho certo.” Pinheiro entende que as mudanças necessárias para o Brasil passam pelas reformas e pela participação da juventude.

Legado de Jango

Christopher Goulart ressalta o legado deixado pelo o ex-presidente para a política brasileira: “Um homem simples, que não se sustentava com as pompas do poder. Um legado de vanguarda, das reformas de base, da política externa independente. Um legado de jamais calar ante à opressão que o trabalhador brasileiro sobre diariamente.”

O escritor Pinheiro compara o discurso de Jango na Central do Brasil para 200 mil pessoas com a Carta-testamento de Getúlio Vargas. “Era um homem a frente de seu tempo”, conclui.

Efetivo da Brigada Militar em déficit

Por Felipe Severo e Leonardo Ávila
Fotos: Guilherme Veiga


O Rio Grande do Sul, reconhecido nacionalmente por diversas virtudes, peca quando o assunto é segurança pública. O efetivo da Brigada Militar está defasado. Possui cerca de 22 mil funcionários para as quase 500 cidades gaúchas. Todo ano, aproximadamente mil servidores se aposentam, o que agrava ainda mais o quadro que não é reposto conforme a demanda. A conseqüência deste cenário é o aumento dos índices de acidentes no trânsito, assaltos e roubos.



Falta de segurança preocupa cidadãos


Em São Borja a situação não é diferente. O contingente possui em torno de 90 servidores, sendo que nem todos atuam no policiamento ostensivo. Este número indica um brigadiano para quase mil habitantes. A cidade deveria contar com no mínimo 180 funcionários, para um serviço adequado. Segundo o Capitão Glênio Argemi Filho, Comandante da 1ª Companhia, a defasagem de efetivo não é um problema restrito só a São Borja e só a BM. Atinge outros órgãos públicos, como a Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe), Polícia Civil e Instituo Geral de Perícias (IGP) e outras cidades também. Argemi disse ainda que a BM de São Borja, mesmo com essas dificuldades, tem uma moral alta e gosta do que faz.


“Temos consciência de que o número de servidores não é o ideal, mas te digo que se a situação fosse pior do que ela é hoje, mesmo assim continuaríamos a fazer o nosso serviço”, completou o Capitão.


Existe a expectativa para a ocorrência de concurso público, mas sem prazo definido. As três mil vagas disponibilizadas servem apenas para suprir o déficit de servidores que vão saindo ano a ano. O salário da BM em todos os postos e graduações é o mais baixo de todas as polícias militares do Brasil. Essa situação de déficit orçamentário é histórica, e atingem também outros setores do governo, como a saúde e a educação.



Veja a opinião dos cidadãos:


- Acho que o número de brigadianos não é suficiente. Teríamos que ter um número bem maior para que eles possam atingir não só o centro, mas também a periferia. Mas, até que a situação não é tão crítica quanto em outras cidades. (Maria Izabel Loureiro de Souza, professora)


- Tem que melhorar um pouco mais. A gente liga o rádio e escuta sobre roubo, assalto. Tinha que ter mais reforço. (Mauro Juarez Souza, desempregado).


- A segurança deixa muito a desejar. Os órgãos tinham que se preocupar bem mais. Tenho alarme, grade e cachorro em casa e mesmo assim sinto medo. Falta segurança principalmente no bairro Paraboi. (M. S. H., funcionária pública)


- Faz pouco tempo que moro em São Borja e acho tranqüilo por enquanto. Só em alguns pontos que é mais violento, mas todo mundo sabe. (Carlos Eduardo, engenheiro agrônomo)


- Acho que está meio ineficaz em relação ao trânsito. (Cíntia Silveira Gomes, comerciante)


Links:


Projeto que prevê mudança no sistema de cotas tem apoio

Por Andréia Sarmanho, Chaiane Gomes e Margane Escobar

O projeto de lei, aprovado no dia 20 de novembro pela Câmara dos Deputados, em relação às cotas ainda divide opiniões. Caso se torne lei, todas as instituições federais de ensino devem destinar 50% das vagas a alunos que cursaram o ensino médio em escolas públicas. As vagas destinadas àqueles que se declararem negros, pardos e indígenas serão na proporção da população de cada Estado, conforme o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA) é a única federal do estado já adaptada à nova norma. Para o professor Geder Parzianello, docente do curso de jornalismo em São Borja, o sistema de cotas é uma forma de inclusão afirmativa, que resgata um histórico desfavorável de quem não teve oportunidades até um passado recente. “As classes sociais que, reconhecidamente, não tiveram acesso à universidade pública no passado, agora com as políticas atuais de educação no ensino superior estão podendo apostar no ingresso na universidade gratuita”, declara, acrescentando: “não é uma questão de fenótipo, não é uma questão de pele, não é uma questão hereditária: é uma questão histórico-social”.

O professor Jorge Fonseca, diretor da Escola Estadual Getúlio Vargas, de São Borja, também se mostra favorável ao novo sistema, como forma de incentivar o aluno da rede pública de ensino. “É uma forma de compensar os estudantes do ensino público e também os negros, pelo passado histórico”, opina. Acrescenta ainda um dado que se repete com muitos alunos que concluem o ensino médio: “ocorre uma inversão, já que o aluno da rede pública na maioria das vezes não tem condições de disputar uma vaga nas universidades federais. Então quem cursou escolas particulares acaba ingressando nas universidades federais, enquanto os alunos das escolas públicas tendem a cursar o ensino superior em instituições privadas, quando têm condições”.

Entre os estudantes, as opiniões se dividem. A universitária Evelise Azambuja, que cursou o ensino médio em escola privada, mostra-se contrária ao sistema de cotas. “Todos têm as mesmas condições, embora o ensino público seja, às vezes, precário. Vai também da iniciativa do aluno buscar, estudar”, acrescenta. Gabriel Caetano, que conclui o ensino médio este ano, pela escola pública, considera justo o novo sistema de cotas. “As pessoas pobres dificilmente entrariam numa universidade sem as cotas”, acredita. Em relação às cotas raciais, acrescenta que “é uma dívida que o Brasil tem com os negros, que tanto contribuíram para a história do país”.

Fim do Período de Adaptação à Lei do SAC

Por Ligiane Brondani, Cristyeli Carvalho e Franciéli Keller

No dia primeiro de dezembro, entrou em vigor o novo Decreto Lei nº 6523 do Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC), os famosos Call Center. A Lei determina que no primeiro MENU dos atendimentos programados, deve conter as opções: cancelamento dos serviços e reclamações. Ela regulamenta também que o tempo de espera para o atendimento pessoal não deve ser superior a 60 segundos, além de ser obrigatória a disponibilidade do atendimento 24 horas, inclusive nos finais de semana. As empresas também serão obrigadas a resolver o problema do cliente em até cinco dias úteis, sendo que, no momento da ligação, o cliente não pode ser repassado para outro atendente, não sendo obrigado a repetir inúmeras vezes o problema.

As empresas já encontraram dificuldades para se adaptarem a nova lei, pois em testes efetuados com as operadoras de celular Claro digital e Brasil Telecom, foi detectada que na primeira empresa houve problemas com o atendimento, e na segunda, tempo superior a 60 segundos. As duas dizem já estarem prontas para se adaptarem ao novo sistema, porém as vendas de natal prometem por a prova a eficácia do atendimento, já que neste período há maior procura pelos serviços de atendimento ao cliente.

Em entrevista ao site de notícias UOL, o Ministro da Justiça Tarso Genro, relatou que além do aumento na qualidade dos atendimentos, o número de empregos tende a subir. Entretanto, a Associação Brasileira de Teles Serviços (ABT) diz que preza pela qualidade nos serviços, porém acredita que com o aumento da oferta de empregos, os serviços ao consumidor terão um custo maior, os salários dos atendentes pode diminuir, provocando queda na procura desses empregos.

De acordo com Programa de Orientação e Proteção ao Consumidor (PROCON) de São Borja, ao contrário das grandes cidades do Brasil, os consumidores não reclamam dos serviços de atendimento ao consumidor da cidade.

A partir de agora, o consumidor tem a possibilidade de um atendimento de qualidade, além de melhores condições de trabalho aos próprios atendentes.

Agrotóxicos contra a natureza

Por Luana Raddatz

Os agrotóxicos disseminados por cerca de 20 aviões nas lavouras de São Borja têm causado prejuízos à natureza. Denúncias de irregularidades na aplicação dos produtos são feitas por proprietários vizinhos às áreas que usam esse método de pulverização.

Segundo o engenheiro agrônomo, Darci Bergmann, a comprovação da contaminação na vegetação da região é visível com as folhas esbranquiçadas de árvores nativas e com o comprometimento do seu crescimento. O cinamomo, por exemplo, que está desaparecendo, já que o efeito é imediato e em poucos meses a planta morre. “É uma tragédia o que está acontecendo”, salienta.

O agrotóxico pulverizado fora das Normas Técnicas de Trabalho da Aviação Agrícola do Ministério da Agricultura, que considera a altura do vôo e os limites de velocidade do vento entre outras exigências, pode chegar até a cidade e causar problemas respiratórios e malformações congênitas em bebês.

O índice desses casos aumentou quase 100% de 2006 até 2008 em São Borja. A enfermeira da Vigilância Sanitária do município, Traudi Eloisa Figur, afirma que não se comprovou se o índice é devido exclusivamente à intoxicação.

As instruções que constam nas embalagens dos frascos de agrotóxicos não recomendam a aplicação de produtos a menos de 800 metros de lugares habitados e onde há atividades familiares, como pomares.


Bergmann afirma que essas condições não são seguidas corretamente na região. Entretanto, Carlos Carlotto, proprietário da Ciagro, maior empresa na área da aviação agrícola na região, garante que todos os cuidados são tomados, além de haver muita burocracia nesse negócio e ressalta a importância dessa atividade no desenvolvimento da agricultura.

Na região há exemplos de alternativas de cultivos sustentável. Silberto Grützmacher, proprietário da única propriedade que cultiva rizipsicultura, diz que adaptou o modelo de Santa Catarina às particularidades das suas propriedades e produz arroz utilizando o peixe como eliminador de insos e pragas, além de preparar a terra.

Para Grützmacher, que há oito anos utilizava apenas agrotóxicos em suas lavouras, os produtores preferem o uso dos produtos químicos pela facilidade, pois o lucro da utilização dos cultivos orgânicos não é imediato, é necessária consciência ecológica e gostar do que se está fazendo. “Já fui predador, me dei conta e agora sou preservador”, garante o produtor.

Confira outros exemplos de rizipsicultura:


Casos Maria da Penha em São Borja

Por Deise Jeske e Sirlene Kaefer

Em sete de agosto de 2006 surgiu uma esperança para uma parcela da população feminina que sofre com a violência doméstica: a lei nº 11.340, intitulada “Lei Maria da Penha”.

A “Maria da Penha” veio para preencher uma lacuna da então única resolução para tratar das responsabilidades domésticas, a lei nº 9,009 de 1995, que se refere a atos com “menor potencial ofensivo”, não especificando medidas punitivas em relação a conduta de agressão doméstica.

Em São Borja, a Associação de Amparo à Mulher e ao Consumidor oferece assistência jurídica e psicológica às mulheres que procuram orientação em caso de violência dentro de casa.


Antônio da Silva, advogado voluntário da ONG, explica que o boletim de ocorrência é feito na Delegacia da Polícia Civil e, caso não haja acordo entre as partes, é aberto um processo contra o agressor, que pode ser condenado a, no mínimo, três meses de reclusão. Para aplicar a pena, é preciso saber que tipo de agressão foi feita: física, moral, patrimonial, psicológica ou sexual, pois a punição varia dependendo do tipo da violência. Quando é declarada a prisão do agressor, a mulher é encaminhada a um programa assistencial ou uma casa de passagem, que atende tanto a agredida como a família. Um exemplo é o Albergue municipal, atendendo a maior parte das vítimas. A Polícia Civil já realizou prisão em flagrante, embora seja mais difícil, dependendo exclusivamente das denúncias das vítimas.


Diane Poerscke, psicóloga, conta que muitas vezes a vítima demora a dar queixa pelo fato de depender financeiramente do companheiro e que de repente é isso que mantêm elas tanto tempo agüentando as agressões: “Nas primeiras tentativas das vítimas de se desvincular do parceiro, após algum tempo, ela acaba voltando, porque acredita que pode reatar um convívio sustentável com o companheiro”. Afirma também que os principais prejudicados com a violência doméstica são os filhos, que assistem as agressões. Claudia de Oliveira, fundadora da ONG, diz: “os advogados atendem até três casos diariamente”. Atendimentos e consultas custam R$ 15,00, caso as vítimas não possam pagar ou não tenham cadastro na Associação, os profissionais realizam trabalho voluntário. Apenas de pensão alimentícia são encaminhados cinco processos por dia pelos advogados, pois 80% dos casos da Maria da Penha envolvem os filhos. “No geral, a Associação atende cerca de 200 mulheres por mês”.


Vítima de agressões física e psicológica relata sua traumática experiência ao lado de seu ex-companheiro: “Hoje, minhas filhas e eu não temos mais o conforto de antes, em compensação, estou muito mais feliz e não troco isso por nada. (...) depois que fui na delegacia dar queixa, ele nunca mais me bateu. (...) não adianta as mulheres acreditarem que ele vai parar de bater, porque ele nunca vai mudar, ele vai ficar um tempo calmo, mas vai voltar a bater de novo”.


Perfil das vítimas


A maioria das vítimas tem entre 20 e 30 anos e 43% delas pertencem às classes D e E, 40% à classe C e apenas 17% à A e a B. Normalmente, elas têm mais de um filho e têm baixa auto-estima. Grande parte das vítimas são donas de casa e dependem do companheiro. A questão financeira ainda é um fator que age negativamente sobre o número de denúncias, uma vez que o agressor é o único que fornece recursos financeiros à família. E estes casos são muitos, “pois a mulher sempre vai pensar nos filhos e na família”, diz Silva.

Tipo de serviço mais procurado


79% Delegacia de mulher
29% Serviço de Atendimento à Mulher
23% Amigos e Família
14% Associações e Grupos de Saúde
11% Hospitais e Grupos de Saúde
07% Igreja-Líder Religioso
06% Atendimento telefônico/180 (disque denúncia)
02% Outros

Leia mais:
http://www.institutopatriciagalvao.org.br/
http://www.opas.org.br/
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm

Acessibilidade para deficientes é precária em São Borja

Por Aline Donato, Bruna Bueno e Karin Franco

As leis que garantem acessibilidade para os deficientes físicos não são respeitadas em São Borja. Normalmente, encontram-se calçadas com rampas, mas na maioria dos casos, elas são estreitas ou não oferecem aos deficientes condições necessárias de locomoção.

A lei nº 10.098 considera que a acessibilidade tem que ser autônoma, ou seja, a pessoa deve conseguir se locomover com segurança em qualquer local, sem precisar de ajuda. Entretanto, isso não acontece, pois os deficientes da cidade necessitam do auxílio de outras pessoas para transitar.

Devido às más condições das calçadas, os cadeirantes precisam andar no meio das ruas e conviver com o risco de acidentes de trânsito. Esse é o caso de Doadir Castro Ribeiro, que mesmo usando uma cadeira motorizada, não consegue circular em algumas calçadas da cidade. Ele acrescenta que os motoristas não respeitam os portadores de necessidades físicas: “São muitos carros passando e batendo na gente”.

Florindo Fenner, também deficiente físico, afirma que as calçadas e seus acessos são os principais inconvenientes para quem sofre com a deficiência. Nas localidades em que as rampas não foram construídas, as calçadas permanecem em condições precárias.

O presidente da Associação São-borjense dos Deficientes Físicos (ASADEF), José Artur dos Santos, também aponta que as condições das calçadas são o principal fator de dificuldade para os deficientes: “O problema, agora, não são mais as rampas, e sim, a situação das calçadas, mesmo”, diz.

Conforme o artigo 22, do Código de Posturas de São Borja, toda pessoa que tiver seu imóvel localizado em uma rua que possua meio fio é obrigada a calçar os passeios e a mantê-los em estado de conservação adequados. Se o imóvel for um patrimônio público, quem tem a responsabilidade de manter as calçadas conservadas é poder público da cidade.

A Prefeitura auxilia com a mão-de-obra no Programa de Recuperação dos Passeios Públicos. Para aderir ao programa, o proprietário do imóvel deve entrar em contato com a Secretaria de Infra-Estrutura do município, onde é realizado o orçamento para a aprovação do dono. Após a adesão, o proprietário compra o material de construção e a prefeitura oferece a mão-de-obra, que pode ser parcelada em até 24 vezes.

Segundo o engenheiro civil da Secretaria de Infra-Estrutura, Nelson Freitas, o programa tem sido bem aceito pela população: “Temos recebido muitos pedidos. O problema é que eles não podem ser executados, pois a prefeitura não possui mão-de-obra suficiente para realizar as obras”.

No início de 2007, foi criado o Conselho Municipal da Pessoa Portadora de Deficiência, que visa fiscalizar as ações do poder público e também da sociedade. Até o começo do mês de abril desse ano, o Conselho não estava em atividades. Hoje, ele conta com uma nova diretoria responsável por visitar os locais e averiguar as denúncias feitas.

É preciso conscientizar a população sobre a responsabilidade do cidadão para com a lei. José Artur dos Santos acredita que através de campanhas veiculadas nos meios de comunicação, é possível atingir um índice melhor em relação ao que é visto hoje.

A acessibilidade não é apenas um direito do deficiente físico, mas de qualquer pessoa, pois todos têm direito ao livre acesso em qualquer lugar público. Se cada cidadão se conscientizar e cuidar de seu espaço, a acessibilidade estará ao alcance de todos.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Última Edição

O que fazer na hora de transferir o veículo?
Por Aline Donato, Bruna Bueno e Karin Franco

São Borja na “melhor idade”
Por Filipe Vieira e Natiele Corrêa

A volta do Bugre
Por Nelson Nicoli e Renato Ferigollo

Enade passa a ser obrigatório para todos os universitários em 2009
Por Irineu Fontela e Mireli Lersh

Movimento de torcedores se transforma em oportunidade
Por Francis Limberger e Vladson Ajala

Movimento de torcedores se transforma em oportunidade


Francis Limberger e Vladson Ajala
Em dias de jogos de Grêmio e Internacional os bares e restaurantes de São Borja se transformam em pontos de encontro para muitos dos torcedores. O interesse popular em acompanhar as partidas de futebol, aliado ao bom momento vivido pela dupla Gre-nal se transformou em uma boa oportunidade de renda para empresários locais.

O movimento acontece porque boa parte dos jogos dos times gaúchos não é transmitida pelos canais abertos. Já a tevê por assinatura, onde todos os jogos estão disponíveis, apresenta custos elevados para a maioria das pessoas. Com isso, abre-se a oportunidade para donos de bares e restaurantes, que adquirem os pacotes de transmissão dos jogos de futebol e transformam isso em um atrativo para os seus consumidores. Para o torcedor Flávio da Silva, assistir os jogos do seu time em bares é muito mais acessível. “O preço da televisão a cabo é muito caro. Então, não é todo mundo que tem condições de pagar”, comenta.

Os gerentes dos locais que oferecem a transmissão de jogos de futebol aos clientes contabilizam bons lucros. Há uma estimativa, por parte dos gerentes, de que em dias de jogos o movimento e o consumo aumentam em até 80%. Joel Savrani, gerente de um estabelecimento local, credita esse movimento à paixão dos torcedores gaúchos. “Tendo o movimento, o pessoal passa e já chega para ver também. Isso com certeza aumenta o lucro do dia e ajuda no mês também”, afirma Savrani.

Atualmente é a Sport TV, da Rede Globo, que detém o direito de transmissão das partidas do campeonato brasileiro. Segundo informações divulgadas pelo grupo, o assinante tem o direito de transmitir comercialmente o conteúdo veiculado. Assim, não há nenhuma irregularidade no fato de bares e restaurantes transmitirem jogos de futebol.

Enade passa a ser obrigatório para todos os universitários em 2009


Por Irineu Fontela e Mireli Lersh

O Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) será aplicado para todos os universitários no começo e no fim do curso avaliado, a partir de 2009. Atualmente, é coletada apenas uma amostra dos estudantes, os quais são sorteados para realizar a prova.

O Enade avalia, a cada ano, ingressantes e formandos dos cursos de um terço das áreas do conhecimento. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão do Ministério da Educação (MEC), fará a mudança para atender a reivindicação das universidades. Com essa mudança, será possível a adesão da Universidade de São Paulo (USP) ao Enade. Tal instituição não é obrigada a aderir à avaliação do MEC por ser Estadual.

O universitário precisa participar da avaliação para ter direito ao diploma. Caso não participe, ele deve justificar a sua ausência ao Inep para regularizar sua situação. Sobre essa nova norma, a acadêmica do 4º semestre do curso de Comunicação Social, hab. Jornalismo, Aline Donato, afirma que “no caso da Unipampa é complicado, pois a universidade ainda está em fase de implantação”, mas ela acrescenta que “nas universidades já estabelecidas, esta avaliação é muito importante para identificar as boas universidades e os cursos mais bem estruturados”.

A volta do Bugre

Por Nelson Nicoli e Renato Ferigollo
Lideranças locais estão se mobilizando para a volta da Sociedade Esportiva São Borja. Reunião realizada no início deste mês, liderada pelo ex-jogador e atual Deputado Estadual Cassiá Carpes deu início para o projeto de reativação do clube de futebol profissional local, fechado desde 1997.

Na reunião, aberta para todos os desportistas da cidade, foi escolhido um colegiado para assumir a direção que irá desenvolver a volta do futebol profissional em São Borja. Sendo os quatro representantes o então deputado Cassiá Carpes, o ex-presidente do clube Edmundo Ferreira, o ex-jogador do Grêmio e hoje produtor rural local Gilberto Alvarez e, por fim, Beto Emanueli, presidente de clube amador da cidade.

Ficou definido que, primeiramente, o clube contará apenas com a categoria juvenil para disputar o campeonato gaúcho em 2009. O projeto busca a reestruturação do clube através de arrecadação de receita para dar sustentação futuramente com a volta do futebol profissional. O estádio Vicente Goulart está sendo reformado pela Prefeitura Municipal que administrará a sua manutenção.
Os desportistas presentes na reunião ficaram esperançosos com a possibilidade de retorno do “Bugre das Missões”. O pontapé inicial foi dado, agora é aguardar para a execução de um projeto que promete ser sério e prático, para que não ocorram erros do passado que levaram à falência do clube. Pelo entusiasmo demonstrado após a reunião, tanto as pessoas que viveram na mesma época que o “Bugre Missioneiro”, além dos jovens curiosos, apóiam o retorno do time.

São Borja na “melhor idade”


Por Filipe Vieira e Natiele Corrêa

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2025 nosso país deverá ter a sexta população mais idosa do mundo, com 34 milhões de pessoas acima dos 60 anos, o que representará 14% de nossa população.

Com pouco mais de 60 mil habitantes, São Borja adapta-se para oferecer infra-estrutura e condições adequadas para os idosos poderem desfrutar seus direitos.

No município, há dois órgãos de fundamental importância na assistência e defesa da terceira idade, o Departamento de Assistência ao Idoso e o Conselho Municipal do Idoso. O Departamento de Assistência ao Idoso promove algumas ações com cerca de 275 idosos que possuem poucos recursos econômicos. O Departamento também desenvolve oficinas, onde os idosos aprendem a fazer crochê, pintura, artesanato, pães e cucas, os quais são vendidos e auxiliam na sua renda familiar.

Já o Conselho Municipal do Idoso é um órgão normativo, que fiscaliza as ações do poder público e das entidades que trabalham com o Conselho para ver o que está sendo executado de acordo com os direitos dos idosos e, também, faz com que os direitos conquistados a partir da Constituição sejam respeitados. Segundo Rosa Soares, membro do Conselho, algumas medidas já estão sendo tomadas para fornecer uma qualidade de vida mais adequada aos idosos, como a construção de rampas.

Uma iniciativa do Conselho junto à Prefeitura foi um projeto que cria um espaço denominado Centro de Geração do Idoso, onde a terceira idade pode passar o dia participando de diversas atividades com pessoas da mesma faixa etária e a noite retornar para o convívio familiar. Empresas também procuram exercer sua responsabilidade social. É o caso de uma empresa de transportes da cidade, que mantém um convênio com o asilo disponibilizando alguns de seus veículos para a melhor locomoção dos idosos.

A saúde é um fator determinante na qualidade de vida da terceira idade. De acordo com a enfermeira Maria Angélica Lul, do posto de saúde Ricardo Pinheiro, localizado no bairro do Passo, dos 100 idosos atendidos, a maioria tem problema referente ao diabetes e à hipertensão, doenças bastante comuns nesse grupo de pessoas e que podem ser facilmente controladas com uma alimentação balanceada e a prática de atividades físicas com acompanhamento médico.
É dever do governo disponibilizar recursos para oferecer infra-estrutura adequada e bem-estar para essa parcela da população, que se torna cada vez maior. E, também, fica a cargo de todos, respeitarem os direitos dos cidadãos idosos, garantindo bom tratamento a eles, afinal, os jovens de hoje são os idosos de amanhã.

O que fazer na hora de transferir o veículo?

Por Aline Donato, Bruna Bueno e Karin Franco
Ao vender um veículo, muitas pessoas esquecem um detalhe importante: a transferência de documentação. Se ela não for realizada, tanto o comprador quanto o vendedor podem ter alguns transtornos como, por exemplo, multas e pontos na Carteira de Habilitação.

De acordo com a responsável pelo posto do DETRAN de São Borja, Raquel Letícia Welfer Kirinos, o comprador é quem tem a obrigação de efetuar a transferência do veículo junto ao Departamento: “Transferir é uma tarefa do comprador. Ele tem 30 dias para procurar o CRVA [Centro de Registro de Veículo Automotor] e transferir o seu veículo. Se passar de 30 dias, ele recebe uma multa e cinco pontos na carteira”, diz.

Se acontecer algum ato ilícito com o veículo, como roubo ou transporte de drogas, quem sofrerá as conseqüências vai ser a pessoa que estiver com o nome registrado no documento. Por isso, é muito importante transferir o veículo.

A transferência pode ser feita utilizando os serviços de um despachante ou, então, o comprador pode se dirigir ao CRVA, onde se localiza o posto do DETRAN.

Saiba a documentação necessária para a transferência:
- recibo de compra e venda devidamente preenchido e com firma reconhecida do vendedor;
- cópia da identidade;
- CPF;
- comprovante de residência do comprador;
- pagamento de uma taxa que varia segundo o ano do veículo.

Última edição

Presídio Estadual de São Borja está com superlotação
Por Nelson Nicoli e Renato Ferigollo

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SÃO BORJA x DOAÇÃO DE ÓRGÃOS
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Nova forma de escrever
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sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Presídio Estadual de São Borja está com superlotação

Por Nelson Nicoli e Renato Ferigollo

Com capacidade para 76 apenados, hoje o Presídio Estadual de São Borja está com 133 presos, ou seja, quase o dobro de sua capacidade. O albergue comporta 24 vagas e está com 34 internos. Segundo o agente penitenciário e chefe de disciplina, Jorge Luís Pinto, há selas com capacidade inicial para quatro pessoas que hoje abrigam cerca de 10. Ele afirma, ainda, que o número normal de presos é de pouco mais de 100. Entretanto, há poucos meses, quando foram presos integrantes de uma quadrilha de abigeatários (21) e outros mandatos de prisão, o número de presos chegou a mais de 200.

Apesar da superlotação, o chefe da disciplina do presídio, Jorge Luís Pinto, ressalta que “problemas de falta de segurança não há”. O problema maior acaba sendo o de adequação dos apenados. Jorge destaca ainda que o princípio de motim ocorrido há poucas semanas, com a queima de colchões, foi um caso isolado por parte de quatro internos.

Quanto à ocupação dos presos em trabalho no presídio, a situação é a seguinte: na marcenaria existente trabalham apenas dois, na cozinha há 14 presos trabalhando, outros cinco apenados executam coleta lixo na cidade. No albergue anexo ao presídio, dos 34 detentos existentes, 26 deles trabalham fora durante o dia, recolhendo-se à noite. Para esses que cumprem o regime semi-aberto é preciso uma carta de emprego emitida por parte do empregador.

A partir da próxima segunda-feira estará sendo reaberto o artesanato, empregando mais 11 apenados. O agente penitenciário Jorge Luís afirma que “o ideal é que tivesse emprego para todos os presos”, pois a cada três dias de trabalho é reduzido um dia na pena do recluso.

Segundo o agente penitenciário, a perspectiva é de que sejam investidos recursos para a ampliação do presídio. Entretanto, isso depende de decisões políticas, sendo que em curto prazo não há nada definido. Enquanto isso, segundo o agente, com a proximidade do final de ano, a tendência é de aumento no número de presos. Ele ressalta que o que existe de concreto é uma parceria com a prefeitura para a reativação de uma horta naquele local. Também está prevista a criação de um leque de cursos a serem oferecidos aos reclusos por parte da prefeitura.

O que se lê em São Borja

Por Francis Limberger e Vladson Ajala

Pesquisa revela números inéditos sobre o hábito da leitura em São Borja. A leitura de jornais é a mais comum.


As características sócio-econômicas e culturais de uma região costumam determinar boa parte do comportamento de sua população. O hábito de ler com freqüência pode ser definido pelo grau de escolaridade da população. Já o conteúdo desta leitura geralmente está vinculado às raízes culturais ou às necessidades cotidianas.

Em São Borja, a população de aproximadamente 65.000 habitantes tem várias opções no mercado da leitura. Como neste mercado também há custos financeiros, a preferência é por materiais de menor preço. Sendo assim, o jornal desponta como o veículo mais lido em São Borja. Uma
pesquisa realizada no Centro da cidade indica que de cada trinta pessoas, vinte e cinco costumam ler jornais. Dezesseis pessoas afirmaram que lêem revistas e doze dedicam tempo aos livros.

A tese se confirma quando comparamos o número de jornais, livros e revistas que circulam na cidade (
clique aqui e veja a relação complete). Embora a leitura de livros e revistas seja significativa, são os jornais que tem mais público.

No caso dos jornais locais, circulam semanalmente em São Borja cerca de 11.000 exemplares. Há também os jornais regionais, como o Correio do Povo e a Zero Hora. Estes atingem a marca diária de 2.000 exemplares.

Quando se trata da venda de revistas, os números também mostram uma boa média. As três bancas mais representativas da cidade registram juntas uma venda diária de 80 materiais impressos.

A leitura de livros também tem uma boa representação. Nas três livrarias consultadas registra-se uma venda mensal de aproximadamente 100 livros. Já na Biblioteca Pública Municipal, os quase 2000 associados emprestam mensalmente em torno de 1300 livros, além de fazerem mais de 2000 pesquisas.

Estes índices ganham forma quando comparados com a população total da cidade. A coordenadora da Biblioteca Pública Municipal, Norma Boucheit, destaca que apesar de ainda serem baixos, os índices de leitura em São Borja vêm crescendo.

Já o professor de letras Marcelo Rocha acredita que a leitura em São Borja está dentro dos padrões brasileiros, onde em média cada pessoa lê dois livros por ano. Rocha destaca várias vantagens no hábito de ler, entre elas, a possibilidade de melhorar a qualidade de vida das pessoas.

Aumento do número de vereadores significa diminuição do repasse de recursos

Por Márcio Cavalheiro e Flávio da Silveira

Tramita no Senado Federal, já aprovada em primeiro e segundo turnos na Câmara dos Deputados, a Proposta de Emenda Constitucional – PEC 333/2004. Pelo texto aprovado na Câmara haveria aumento no número total de vereadores no Brasil, passando dos atuais 51.748 para 59.791, assim como a redução do percentual do repasse de recursos para as Câmaras Municipais.

Em São Borja, pelas regras propostas na PEC, o número de vereadores seria elevado para 15. Atualmente, a Câmara conta com 10 membros.

A medida é polêmica, pois conta com posições antagônicas entre as próprias casas legislativas do Brasil e seus vereadores. Enquanto pode ver seus quadros de legisladores aumentados, a diminuição no repasse de recursos pode trazer dificuldades para a manutenção das Câmaras.

Em 2004, o Senado já havia votado medida que reduziu o número de vereadores. Contudo, o volume de recursos destinados aos Poderes Legislativos Municipais foi mantido.


Para o vereador Farelo Almeida (foto), a proposta, se aprovada, cria uma disparidade na disputa eleitoral realizada em outubro último. “Eu concorri sabendo que eram dez vagas, poderia entrar ou não, foi assim pra todo mundo. Se aumentar as vagas agora, muita gente que poderia ter entrado na disputa vai ser prejudicada”, declara o vereador.

Roque Feltrin (foto), eleito no último pleito, também se posiciona contra a proposta: “O momento é impróprio para esta mudança. Se houvesse mais vagas em disputa nas eleições, também haveria um número muito maior de candidatos à vaga de vereador. Muita gente ficou de fora, alijada da disputa porque os partidos também têm um limite de candidatos, conforme o número total de vagas”. Feltrin observa ainda que a diminuição no repasse de recursos à Câmara, hoje de 8% do orçamento do município e que pode cair para 3,75%, exigiria algumas adequações, mas que não inviabilizaria o funcionamento do Legislativo Municipal.

Ao mesmo tempo em que os atuais vereadores, eleitos ou reeleitos, discutem os desdobramentos da PEC para o futuro do Poder Legislativo, outros acompanham com expectativa o desfecho desta decisão. É o caso dos primeiros suplentes de vereador, que seriam os beneficiados com as vagas a serem criadas.

Adão Santiago, que obteve 1.274 votos nas eleições de outubro e não conseguiu ser eleito pelas atuais regras (Jeovane Contreira se elegeu com 759 votos), seria o primeiro suplente e também o primeiro beneficiado pela aprovação da PEC. “Estou aguardando para ver no quê pode dar esta proposta. Recebi uma boa votação e a comunidade merece ter uma maior representatividade na Câmara”, afirma Santiago.


Para a presidente da Câmara Municipal de Vereadores de São Borja, Fátima Andrade (foto), a medida seria bem vinda no município. Fátima mostra-se favorável ao aumento de vereadores e afirma que hoje a Câmara opera com tranqüilidade financeira: “A Câmara trabalha com folga, não podemos dizer que há qualquer dificuldade, tanto que todos os anos têm sobrado recursos, que são devolvidos ao Poder Executivo”.


Favoráveis e contrários aguardam a decisão do Senado com certo ceticismo de que ela seja tomada em tempo hábil. O mais certo é que se houver de fato mudança no número de vereadores no Brasil, esta se daria somente para as eleições de 2012.


A redução no repasse de recursos às Câmaras, hoje na ordem de R$ 6 bilhões, passaria para R$ 4,8 bilhões anuais. Segundo o texto da PEC, seriam criadas 24 faixas de número de vereadores, de acordo com a população de cada município.

Para a menor faixa populacional, de até 15 mil habitantes, a câmara poderá ter no máximo nove vereadores. A maior faixa é de 55 vereadores para o município com mais de 8 milhões de habitantes - o que atinge apenas a cidade de São Paulo.

Atividade física é sinônimo de saúde

Por Filipe Vieira e Natiele Correa


Não pense que corpo esculpido, músculos grandes e braços fortes são as causas das academias cheias em São Borja, que em média contabilizam cerca de 2000 alunos por ano. A preocupação com a saúde é o principal motivo que atrai esse grande número de freqüentadores para as academias de São Borja, que abrange desde adolescentes até idosos.

O que está causando o hábito da prática esportiva regular, segundo Rogério Ramos, instrutor, é a quantidade de informações disponíveis em relação à saúde ligadas à atividade física, e a conscientização das pessoas quanto aos malefícios do sedentarismo.

Como há nas academias perfis diferenciados, são realizadas avaliações, chamada anaminese, que é um questionário utilizado para coletar informações que contém perguntas a respeito do aluno e do seu histórico familiar, seguindo-se de uma avaliação física onde são realizadas as medições corporais e testes físicos. Essas avaliações são necessárias para evitar que surjam lesões posteriores.

Prevendo esse público diferenciado, as academias procuraram se adaptar, planejando um local que pudesse ser usufruído por pessoas de qualquer idade. São proporcionadas atividades para jovens, como musculação, e para idosos, como dança e ginástica. Segundo a instrutora Karlise Rizzatti, “a atividade física para idosos é muito importante, pois, a partir dos 50 anos, o corpo vai perdendo flexibilidade, massa e força muscular, a gordura corporal aumenta e o exercício físico é uma das alternativas mais saudáveis para prevenir essas mudanças ocasionadas pela idade”. Por causa dessa nova visão, a academia deixou de ser um sinônimo de jovialidade física e passou a significar qualidade de vida.

Uma opção para aquelas pessoas que sofrem com problemas de coluna e nas articulações são os exercícios realizados dentro das piscinas. Essa alternativa fortalece os músculos, melhora a circulação sanguínea e a capacidade respiratória.

Segundo Karlise, são freqüentes lesões, ocasionadas geralmente pela indisciplina dos alunos. Essas lesões desencadeiam luxações, bursites e rompimento das fibras musculares, que são os tipos mais comuns de danos causados pela execução errada dos exercícios. Os riscos de lesões aumentam 30% no inverno, pois a musculatura perde parte de sua flexibilidade.
Independente da época do ano é indicado não interromper a atividade física. Com a chegada do inverno é comum diminuir o número de freqüentadores nas academias e isso pode fragilizar o organismo.

A prática esportiva beneficia também a saúde mental. Como há a integração social nas academias, os transtornos psiquiátricos como ansiedade e depressão diminuem. Karine Pitorini, psicóloga, afirma que a atividade física pode contribuir para a diminuição do estresse físico e mental. Ela diz que a atividade física administrada juntamente com medicamentos e atendimento psicológico auxilia no tratamento da depressão e ansiedade.

O exercício físico ajuda no funcionamento do organismo auxiliando na prevenção de doenças cardiovasculares, no sistema respiratório e no condicionamento físico. Além de todos esses benefícios, também é um ótimo remédio para a insônia e o estresse, pois quem realiza atividade física libera a endorfina que é responsável pela sensação de prazer e bem estar.

PIC movimenta comunidade no bairro do Passo

Por Deise Kober e Sirlene Kaefer

O PIC, Programa de Interação Comunitária, realizou no último sábado, 15/11/08, exposição de brinquedos e produtos de materiais recicláveis que mobilizou o GIAMA, Grupo de Apoio ao Meio Ambiente. A iniciativa é resultado do trabalho dos alunos do segundo semestre de Jornalismo da Unipampa. A tarefa é de desenvolver projetos que estimulem e dêem visibilidade e interação com a comunidade. O PIC envolve dez alunos da Universidade. O projeto é orientado pelo professor Geder Parzianello, que coordena outros projetos, como o projeto Catavento, que promove um jornal comunitário.

Os alunos, além de terem trabalhado em oficinas na Instituição, também estão desenvolvendo um vídeo-documentário para divulgar o GIAMA e suas necessidades. O vídeo será exibido dia 26/11/08 na Câmara de vereadores, com a participação do Prefeito Mariovane Weis.
Sobre os resultados esperados, professor Parzianello é enfático: “O primeiro a gente percebe pela satisfação das próprias comunidades, que estão vindo à Unipampa para falar dos resultados e estão recebendo nossos alunos em novos momentos dos projetos, em suas fases de execução. O segundo, diz respeito à mais importante conquista de todas: a lucidez dessas populações sobre sua realidade e sua capacidade de transformá-la”.

Uma das crianças comenta: “Gostei muito do que eles estão fazendo para ajudar nós. O nosso grupo está muito contente”.

O PROJETO

A intenção do projeto era escolher uma instituição que tivesse dificuldade e que atendesse alguma comunidade de São Borja. Então, foi selecionado o GIAMA. Daíse Carvalho, integrante do projeto, fala que “nos primeiros encontros, a comunicação com as crianças foi difícil, mas com o tempo, tudo foi se adequando”. O objetivo do projeto é a interação entre crianças, pais, professores e alunos da Unipampa com a comunidade.

A maior dificuldade do GIAMA é que os pais não participam da instituição. A instituição conta com atividades próprias, mas com pouca visibilidade, como o pão comunitário, que acontece nas quartas-feiras. A prefeitura doa os ingredientes, as mães reúnem-se no GIAMA, fazem os pães e podem levar para casa e até vendê-los a fim de ajudar no sustento das famílias.

Saiba mais sobre este assunto em:
www.unipampa.edu.br
www.orkut.com.br/comunidadepic

Projetos sociais amparam crianças pedintes em São Borja

Andréia Sarmanho, Chaiane Gomes e Margane Escobar

Em São Borja sempre foi notável o número de crianças pedindo esmola em frente aos estabelecimentos comerciais, principalmente supermercados. Buscando amenizar a situação, o Conselho Tutelar e o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (Comdica) criaram o Fundo da Infância e da Adolescência, o FIA.

Segundo a conselheira tutelar Maria Martins, os recursos arrecadados pelo Comdica são destinados para projetos da cidade que amparam a essas crianças. “O principal objetivo do projeto é conscientizar a sociedade no sentido de coibir o hábito de dar esmolas em frente aos estabelecimentos comerciais”, explica ela.

Quando o Conselho Tutelar registra algum caso de crianças pedindo nas ruas, o menor é encaminhado para um Centro de Referência em Assistência Social, o CRAS, que é responsável pelo atendimento das crianças e de suas famílias. Cada CRAS é situado em uma região diferente da cidade, contando com assistente social, psicólogo e outros profissionais.

Além de orientar a família, o papel dos profissionais do CRAS é verificar se a criança está freqüentando a escola e se está havendo um comprometimento da família com a saúde do menor. Normalmente, a criança é encaminhada para uma unidade de Apoio Sócio-Educativo em Meio Aberto, as ASSEMAs. Nesses ambientes, a criança conta com reforço escolar, alimentação, oficinas e lazer, em turno inverso ao da escola. A psicóloga Iara Bittencourt lembra a importância do suporte desses projetos: “as pessoas acham bonitinho a criança buscar um troquinho pra ajudar a família, mas não é essa a função dela. Aquela criança não tem que estar ali, e nas ASSEMAs ela pode realmente ser uma criança”.

Segundo a assistente social, Edvandra Saldanha, o trabalho de conscientização das famílias é complicado, pois, em muitos casos, envolve uma questão cultural: “Porque é mais fácil um adulto dar dinheiro para uma criança, do que dar para uma pessoa adulta, que não quer se ajudar, não quer trabalhar, não quer buscar melhores condições para a família”, declara.

Se, mesmo após várias tentativas, não houver o comprometimento da família do menor para que ele deixe as ruas, freqüente a escola e as ASSEMAs, a última alternativa é encaminhar o caso à promotoria. Conforme for a situação da criança, os pais podem perder a guarda temporariamente, e o menor ser encaminhado para um abrigo.


DORT– Será que você tem?

Por Aline Donato, Bruna Bueno e Karin Franco

A DORT - Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho – agrupa um conjunto de doenças que prejudicam determinados tipos de trabalhadores, principalmente, os que exercem atividades fundamentadas na prática de esforços repetitivos ou quando existe uma postura inadequada dos membros superiores do indivíduo.

Para que a doença seja considerada como conseqüência do ambiente de trabalho, o funcionário deve passar por uma avaliação na perícia do
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). “O perito avalia a capacidade laborativa da pessoa e se ela ainda tem condições de exercer sua profissão. Se confirmada a doença, o indivíduo fica em período de Benefício de Recuperação, que dura 15 dias”, afirma o médico perito do INSS de São Borja, Rogério dos Santos da Rocha.

Após esse período, o beneficiário tem estabilidade garantida de um ano no emprego. No entanto, muitos portadores de DORT não comunicam à empresa que sentem dor, pois temem a demissão. Isso ocorreu com a bancária Marlize Corim: “Eu era a única caixa bancária da agência. Sentia dor no meu braço e um ano depois, descobri que tinha DORT. Fui ao médico e fiquei de licença por 15 dias. Eu deveria ter ficado um tempo maior em reabilitação, mas tinha medo que me demitissem”, declara a bancária.

De acordo com a fisioterapeuta Alessandra Gonçalves, as DORT mais freqüentes são a bursite e tendinite de ombro, lesões de punho e dores lombares. Os profissionais mais prejudicados por essas doenças do trabalho são os digitadores, os bancários e os operadores de caixa em supermercados.

O médico ortopedista Ary Poerscke (foto) aponta que para o paciente saber se tem alguma DORT, primeiramente, ele deve procurar um médico que fará uma avaliação: “Ele lhe diagnosticará ou não a doença. Mas, deve ficar claro que, depois de um dia exaustivo de trabalho, é normal que apareçam esporadicamente dores corporais. O cansaço que normalmente acompanha tal situação desaparece com repouso adequado”, diz.

O ortopedista conta ainda que a maioria dos atendimentos que realiza estão relacionados a essas doenças do trabalho: “Os casos mais freqüentes que eu atendo são de DORT. Cerca de 60% dos meus pacientes reclamam, principalmente, de dor lombar e na coluna cervical. E esses problemas são resultantes, muitas vezes, da má postura com a qual exercem suas atividades”, afirma.

Como forma de prevenção das DORT, pequenos atos no dia-a-dia são fundamentais: “Não dormir de bruços, se agachar quando for pegar algum objeto do chão, sentar corretamente na cadeira”, afirma o ortopedista. A fisioterapia também é uma grande aliada no combate à doença, trabalhando com o paciente na fase da dor, além de ter papel de reforço muscular e orientação no trabalho.

Som: um perigo ao ouvido

Por Karin Franco

O barulho é algo que está presente cada vez mais em todas as cidades. São carros de som, trânsito e ruídos. Todo esse barulho pode trazer uma conseqüência maior e irreversível: a perda auditiva.

De acordo com o médico otorrinolaringologista, Luciano Loureiro, o principal dano de se expor a sons altos ou qualquer ruído contínuo é o desgaste de uma célula do ouvido interno: da cóclea, que é uma célula ciliar do órgão do corte. Ele explica: “Essas células ciliadas é como se fossem um trigal, uma plantação de trigo. Então, quando o som é bem alto, aquele trigal deita. Se você continuar fazendo som alto, aquele trigal, com o tempo, ele não consegue levantar mais, e aí que acontece a lesão para sempre. Ela é irreversível”.

A fonoaudióloga Carmem Regina Balbé diz que depois que o dano é diagnosticado, além de aconselhar o paciente a não se expor mais a esses sons, é indicado uma prótese auditiva para melhorar a audição.

Tanto o ruído baixo quanto o ruído alto são danosos ao ouvido. Os especialistas dizem que em torno de 85 decibéis é o ponto que começa a prejudicar o sistema auditivo. Porém, o que faz com que o dano seja mais grave é o tempo em que a pessoa fica exposta a esse som:
“Uma exposição continuada em torno de 60 decibéis por 8 horas por dia, 40 horas por semana, dez, quinze anos (...) é o suficiente para fazer todo o estrago”, esclarece o médico otorrinolaringologista.

Os principais sintomas que aparecem é o zumbido, a perda auditiva (que ocorre em vários níveis), tonturas, dor de cabeça, stress e aumento de pressão arterial.
Não há tratamento para essa perda, e por isso que a prevenção é o lema dos médicos entrevistados. A fonoaudióloga Carmem Regina Balbé afirma que o volume ideal que a pessoa ouça é o volume que lhe dê conforto, um volume nem a mais e nem abaixo do seu tom.
O que diz a legislação.

Poluição Sonora é qualquer ruído que seja elevado e que prejudique alguém. Qualquer som, seja de carros de propaganda ou obras que incomodem algumas pessoas pode ser considerado crime pelo artigo 54, da lei federal n° 9.605 de 1998.

Cada área de cada cidade possui determinado volume de som permitido. Um exemplo são as áreas residenciais, os hospitais e as escolas, onde o volume tolerado durante o dia é de 50 decibéis, e durante a noite, 45 decibéis.

Desde 2001 que o 2° Pelotão Ambiental da Brigada Militar fiscaliza aqui em São Borja. Em média são de 10 a 12 ocorrências por mês.

Além da multa, é realizada a apreensão do equipamento que produz o excessivo volume.
As denúncias são feitas tanto pelo 190 da Brigada Militar, quanto pelo número 3430-3417.

Veja um gráfico que mostra os níveis de ruído

Câmara de Vereadores de São Borja vai ter maioria governista

Por Eduardo Silva e Fábio Silva


O resultado da eleição municipal de 2008 em São Borja foi inédito na história política da cidade. Desde a redemocratização, em 1985, nunca uma coligação havia conseguido reeleger o prefeito e, simultaneamente, atingir a maioria dos votos para o Legislativo. Na gestão 2009-2012, o prefeito Mariovane Weis, do PDT, em princípio, vai contar com o apoio de seis dos dez vereadores na Câmara Municipal: Farelo Almeida, Valério Cassafuz, Roque Feltrin e Celso Lopes do PDT, Beto Souza do PTB e Jeovane Contreira do PPS.

O secretário de planejamento e coordenador da campanha do PDT, Léo Tatsch, analisa o resultado eleitoral: “Foi um bom trabalho realizado e isso acaba refletindo também na Câmara de Vereadores. Fica mais fácil para o vereador trabalhar, por ter o que mostrar durante a campanha. Eles tinham o que falar sobre as obras”.

Para um dos eleitos, o vereador Celso Lopes, do PDT, a vitória governista é explicada tanto pela votação do prefeito quanto pela relação dos vereadores que concorreu: “O prefeito Mariovane se elegeu com uma diferença de certa forma expressiva e isso puxa toda a nominata, mas a qualificação dos candidatos do PDT fez com que também tivéssemos esta eleição majoritária”. Lopes, que foi reeleito, projeta um segundo mandato mais tranqüilo para o Executivo, já que “o prefeito vai poder trabalhar em sintonia com o Legislativo, o que ocorreu muito pouco nesse mandato (passado)”, ressaltando que espera poder participar mais da próxima administração.

No lado da oposição, o vereador Carmelito Lunardine do Amaral, do PT, que não conseguiu a reeleição, ironiza: “Não vai ter mais desculpa. As portas estão abertas para o desenvolvimento”, entendendo que o atual prefeito por vezes culpou a oposição no Legislativo por projetos não aprovados.

O taxista João Cândido Alves de Souza salienta a expectativa em relação ao próximo governo: “A tendência é melhorar, ele tem maioria na Câmara, pode ser que surja algum lá que queira ajudar ele a administrar, que vote um projeto bom dele, ajude na administração. Nós estamos com esperança”.

SÃO BORJA x DOAÇÃO DE ÓRGÃOS

Por Andréia Sarmanho, Chaiane Gomes e Margane Escobar


Apesar de São Borja contar com uma comissão de capacitação de órgãos, ainda existe muita resistência por parte dos familiares dos pacientes para autorizar a doação. Na maioria dos casos, isso se deve à falta de informação das pessoas.

A Comissão de Capacitação de Órgãos existe desde 2004, no Hospital Ivan Goulart. A equipe é composta de um médico responsável pelo Centro de Terapia Intensiva (CTI), uma enfermeira e uma psicóloga. Apesar dos esforços do grupo, até o momento não houve nenhum caso de doação de órgãos na cidade.

O hospital tem autorização para a coleta de órgãos, mas ainda não houve nenhum caso
Portal SocialA psicóloga da comissão, Lara Dubal, afirma que muitas doações deixam de ocorrer pelo desconhecimento do processo por parte da família. Segundo ela, o procedimento passa por algumas etapas: “se tem algum paciente em estado muito ruim na CTI, as enfermeiras já ficam monitorando e nos avisam se for um potencial doador. São realizados os exames então, para constatar a morte encefálica”.

Segundo o médico coordenador da comissão, Dr. Paulo Fraga, a expectativa da equipe, desde sua formação, é facilitar o processo de doação. Apesar da intenção, o projeto não conseguiu a resposta pretendida. “Quando formamos essa equipe, nós imaginávamos que por causa da mídia, do conhecimento, da televisão, que seria fácil, mas não tem sido assim”, lamenta o médico.

Um fator apontado pela comissão como agravante na resistência dos são-borjenses à doação de órgãos é a demora na liberação do corpo. Caso a família autorize a doação, o hospital entra em contato com a central de transplantes, em Porto Alegre, que envia uma equipe para realizar a retirada dos órgãos. Só o processo cirúrgico leva em torno de quatro a cinco horas, seguido ainda pela recomposição do corpo. “É uma espera muito angustiante para a família”, complementa o coordenador.

Quem pode doar?

Doadores com morte cerebral - principalmente as vítimas de traumatismo craniano ou acidente vascular cerebral (AVC). Não é necessário constar em qualquer documento a vontade de doar – basta ter comunicado aos familiares. Podem ser aproveitados os seguintes órgãos: rins, pulmões, coração, córneas, pâncreas, ossos, intestino, fígado e tecidos como pele e vasos sanguíneos.

Doadores vivos - São casos mais restritos. Podem doar um dos rins ou parte do fígado, mas apenas para familiares. Existe ainda o banco de medula óssea, onde o doador pode se cadastrar e ficar à disposição caso surja alguém compatível, que necessite de transplante.

Em ambos os casos o doador deve estar livre de doenças infecciosas.