sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

João Goulart recebe homenagens em São Borja

Por Adir Machado, Eduardo da Silva, Fábio da Silva.

Foi aberta terça-feira a semana de homenagens ao ex-presidente João Goulart em São Borja. O evento, realizado na Câmara de Vereadores, vai até o próximo sábado, seis de dezembro, quando se completam 32 anos da morte de Jango.

No sábado vai acontecer uma sessão solene no plenário da Câmara. A organização do evento é do Departamento de Assuntos Culturais (DAC) do município. O diretor do departamento, Sidney Fenerharmel, explica as atividades previstas: “O evento iniciou ontem [terça-feira] com a palestra do Christopher [Goulart, neto de Jango]. Continua com palestras e seminários até a sexta-feira.”

Fenerharmel explica que “o evento visa resgatar a memória do ex-presidente, que de certa forma foi obscurecida pelo regime militar de 64, e colocar a disposição da comunidade para ser objeto de estudo e pesquisa.”



Christopher Goulart, diretor-jurídico do Instituto João Goulart, apresentou o documentário “Jango em três atos”. O neto do ex-presidente aponta que o documentário retrata desde a Revolução de 23 até o depoimento de Mario Neira Barreiro, ex- agente de segurança do serviço secreto uruguaio, que afirma que Jango foi assassinado.

O médico e psicanalista Marco Pinheiro, autor do livro “Jango, o Presidente Injustiçado”, afirma que a história do ex-presidente deve ser resgatada. “Nós julgamos ele um injustiçado. Foi o presidente que tentou fazer as reformas e não conseguiu, e é isso que estou tentando mostrar. Tenho a impressão de que estamos no caminho certo.” Pinheiro entende que as mudanças necessárias para o Brasil passam pelas reformas e pela participação da juventude.

Legado de Jango

Christopher Goulart ressalta o legado deixado pelo o ex-presidente para a política brasileira: “Um homem simples, que não se sustentava com as pompas do poder. Um legado de vanguarda, das reformas de base, da política externa independente. Um legado de jamais calar ante à opressão que o trabalhador brasileiro sobre diariamente.”

O escritor Pinheiro compara o discurso de Jango na Central do Brasil para 200 mil pessoas com a Carta-testamento de Getúlio Vargas. “Era um homem a frente de seu tempo”, conclui.

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