domingo, 24 de maio de 2009

O perigo joga ao lado


Por Leonardo Ávila e Rafael Balbueno

Você que pensa que toda atividade física só traz benefícios, e que os cuidados para uma simples caminhada são mínimos, está precisando rever seus conceitos.

O esporte sempre foi uma paixão. Na escola, desde os 11 anos de idade, integrava as equipes de vôlei e basquetebol. O ingresso na faculdade de engenharia elétrica não o afastou totalmente das quadras, porém reduziu a regularidade e o cuidado durante as atividades. Não imaginava Frederico Soares, hoje com 19 anos, que aquele passatempo absolutamente prazeroso viria a prejudicar seu corpo. “No tempo do colégio a gente tinha o acompanhamento dos professores que nos obrigavam a aquecer o corpo e alongar antes e depois dos treinos, que eram regulares, duas vezes por semana”, lembra Soares. “Depois eu engordei, passei a jogar esporadicamente e sem esses cuidados”, acrescenta. A displicência na prática esportiva já lhe rendeu três lesões sérias. Uma tendinite no ombro o deixou seis meses longe do vôlei e dois entorses no joelho esquerdo em menos de um ano – graças ao futebol - o forçaram a freqüentar as caras seções de fisioterapia e a andar com a ajuda muletas.

O estudante Eduardo Ornes, 27 anos, também sentiu na pele os perigos que o esporte amador traz, mesmo em casos de fatalidades. Em um lance casual durante uma partida de futebol com os amigos, Ornes fraturou o tornozelo e rompeu os ligamentos do mesmo. “Me contundi no dia dez de fevereiro, fiquei 44 dias de gesso, 14 de bota ortopédica e há 45 dias faço fisioterapia para recuperar o movimento integral do tornozelo”, completa Ornes.

Casos assim são bastante comuns. No consultório da Fisioterapeuta Cláudia Dornelles Fröhlich 90% dos pacientes buscam tratamento por problemas relacionados à atividade física mal executada. “A mídia fala muito em exercícios físicos no sentido de que fazem bem à saúde, e isto é verdade. Mas as pessoas acham que é só sair fazendo a atividade sem orientação alguma. O exercício traz bem-estar, a pessoa começa a querer melhorar seu desempenho... hoje ela corre cinco minutos, amanhã 10, depois meia maratona... sem preparo, orientação ou reforço muscular.”, constata Cláudia. Segundo ela, as lesões mais freqüentes são na coluna, por sobrecarga e em seguida entorses nos joelhos e tornozelos.

O acompanhamento de um profissional na realização de atividades desportivas, também é questão absolutamente defendida pelo professor do curso de Educação Física da Universidade da Região da Campanha, Helder Madruga de Quadros. “Existem os atletas de final de semana, que passam de segunda a sexta realizando outras atividades e no sábado e domingo cobram dos seus corpos muito mais do que eles podem”, afirma. “Toda vez que se planeja começar a pratica de uma atividade física com freqüência, deve-se procurar um médico para ver como está o corpo. Um hipertenso tem de saber que não deve caminhar pela manhã. Até mesmo uma garrafa de água carregada em uma mão interfere na pressão arterial”, acrescenta. O professor reitera a necessidade de se ter um grande cuidado com o corpo no dia-a-dia, realizando alongamentos durante o trabalho, por exemplo. “Um exercício mal realizado pode causar, inclusive, danos psicológicos devido à frustração”, conclui Quadros.

O traumatologista Moacir Ganguilhet Lul também atribui a maioria dos casos de lesões à falta de preparo e ao esforço excessivo.

Contudo, Soares e Ornes, citados no início da reportagem, são unânimes ao afirmar que suas respectivas experiências mudaram seus hábitos, mas não os afastarão definitivamente das “peladas”. “Ainda considero o esporte essencial para aliviar os problemas do dia-a-dia. O que ficou foi o medo de me machucar novamente, mas tenho certeza que, quando eu ficar melhor, a primeira coisa que farei é ligar para os amigos e perguntar se tem furo no time”, brinca Ornes.

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quinta-feira, 21 de maio de 2009

Com o apoio da comunidade, São Borja está se reestruturando

Por Nelson Nicolli e Renato Ferigollo


Após 12 anos fora de competições oficiais da Federação Gaúcha de Futebol, a Sociedade Esportiva São Borja, agora com o nome de Associação Esportiva São Borja (AESB), volta a disputar uma competição oficial através do campeonato gaúcho de juvenis.



A mudança no nome do clube, criado este ano, foi motivada por ações trabalhistas contra a antiga entidade, a Sociedade Esportiva São Borja, o que inviabilizava seu retorno às atividades. Entretanto, a mudança foi apenas a troca de siglas, a identificação com o antigo clube continua a mesma: sua camiseta, distintivo, hino e seu apelido Bugre das Missões.

A camiseta utilizada pelo clube no campeonato atual está com detalhes diferentes nas listras horizontais, vermelha e azul, devido ao atraso na liberação da inscrição na Federação Gaúcha de Futebol (FGF). A empresa que está patrocinando o uniforme do Bugre não teria tempo hábil até o início do campeonato para fazer a camiseta original. Isso fez com que fosse adotado um modelo semelhante de camiseta já existente na fornecedora.

O presidente da AESB, Gilberto Alvarez, destaca que o clube vem recebendo grande apoio da comunidade em geral. O estádio Vicente Goulart que pertence ao município, foi cedido ao clube para que esse explorasse a venda de publicidade, locação de cadeiras e para jogos e treino. “Nossa meta é vender no mínimo 30 publicidades e locar 250 cadeiras. Em menos de um mês já temos cerca de 15 publicidades e 120 cadeiras locadas”, ressalta Gilberto.

A administração municipal auxilia o clube também com a manutenção do estádio que passou por reformas no valor em cerca de R$ 120 mil, recursos esses da própria Prefeitura. O Diretor de Esportes, Eldomir Marchezan revelou que a Prefeitura disponibilizará em breve um ônibus para as viagens do São Borja no campeonato. “A Prefeitura recebeu da Receita Federal dois ônibus que foram apreendidos, sendo que um deles ficará a disposição do clube”.

O Secretário de administração da AESB, José Carlos Dubal, destacou que os custos para participar de campeonatos são altos, mesmo que ninguém no clube seja remunerado. “Nos jogos em casa só com arbitragem é de R$ 838 reais, pagos pelo clube. Em qualquer viagem e sem hospedagem o valor não baixa de R$ 2.000 reais”. Dubal destaca ainda que todo o trabalho no clube é voluntário, com o objetivo da volta ao futebol profissional.

Resultados já começam aparecer

Após quatro rodadas disputadas, o São Borja lidera sua chave com nove pontos junto com Riograndense de Santa Maria e Cruzeiro de Santiago. Mesmo tendo estreado com derrota, o time se recuperou e venceu as três últimas partidas. Nesta primeira fase, na chave do São Borja existem seis equipes, sendo que quatro classificam-se para a segunda fase.

A comissão técnica, composta pelo técnico Polaco que foi campeação mundial pela seleção brasileira de juniores em 1985, e que também jogou em grandes equipes do país, como Grêmio, Fluminense, Curitiba e outros, está otimista com a equipe. O preparador físico e auxiliar técnico Jesus Franco que foi atleta do Bugre ressalta que se a equipe passar para as fases seguintes o nível da competição será bem mais elevado. “Os nossos meninos ainda estão verdes comparando com equipes do centro do Estado que estão a mais tempo em disputas de competições oficiais”.

A meta da direção para o ano que vem é do clube subir de categoria e disputar também a categoria de juniores. Para 2011, com a base montada, o São Borja pretende disputar a segunda divisão profissional do campeonato gaúcho, sendo que para este projeto conta com uma Diretoria e Comissão Técnica experiente composta por ex-jogadores profissionais de grandes clubes. O próprio Presidente, Giba Alvarez, foi atleta do Grêmio de Porto Alegre em 1983, quando este sagrou-se campeão da Libertadores da América, jogando até 1987. O vice-presidente do São Borja, Deputado Estadual Cassiá Carpes, também foi jogador do Grêmio em 1978, treinado por Telê Santana.

São Borja terá Centro de Controle de Zoonoses

Por Andréia Sarmanho e Guilherme Veiga

O grande número de cachorros abandonados nas ruas de São Borja sempre foi um problema em função da possibilidade de surgimento de zoonoses – doenças transmitidas ao homem por animais. Pior que isso é a falta de perspectivas de solução para esse quadro. Em abril do ano passado, tramitava em Brasília um projeto de abrigo de animais realizado pela Prefeitura Municipal, orçado em torno de R$ 250 mil. Disputando com outros projetos de todo o Brasil, o abrigo de São Borja não foi selecionado entre os aprovados.

Com o surto de leishmaniose, cujos primeiros casos surgiram em novembro de 2008, o processo teve de ser acelerado. A Secretaria de Saúde do Estado elaborou o projeto arquitetônico não mais de um abrigo, mas de um Centro de Controle de Zoonoses, orçado em R$ 295 mil. O Diretor de Projetos e Edificações da Prefeitura Municipal de São Borja, Agnelo Aquino, explica que a prefeitura ainda deve intervir em detalhes para a finalização do planejamento do estado: “esse projeto está sendo complementado com os projetos hidráulico e elétrico, que não foram feitos lá, então estão sendo feitos aqui no departamento”, explica.

A verba do Fundo Estadual de Saúde necessária para a execução da obra já foi destinada para o Fundo de Saúde do município, que aguarda o repasse. A burocracia e a forma de pagamento podem atrasar o início das obras, como explica o diretor de Captação de Recursos da prefeitura, Júlio Cezar Vieira: “uma verba necessária em uma vez pode ser repassada em três, seis parcelas, e a prefeitura algumas vezes acaba tendo que arcar com os gastos, sendo ressarcida depois, para não parar a obra”.

As construções efetivas do abrigo ainda não começaram a ser feitas, mas em abril deste ano teve de ser construída uma instalação emergencial no mesmo local para atender 42 cães pertencentes a uma moradora do centro da cidade. Os animais foram recolhidos pela prefeitura devido a uma ordem judicial movida pelos vizinhos, que determinava a retirada imediata dos cães. O abrigo possui quatro peças, cobertas por uma tela que evita a entrada de mosquitos nesses ambientes, para os animais dormirem, porém muitos ficam soltos a noite, na área cercada por uma tela que delimita a extensão do abrigo.

Segundo a dona dos cães e presidente da Associação dos Colaboradores de Proteção Animal de São Borja (ACOPASB), Irma Perazolo, o surgimento da leishmaniose na cidade abriu a oportunidade para que os vizinhos vencessem o processo que moviam contra ela. Ainda segundo Irma, as condições do abrigo improvisado são extremamente precárias e ineficientes na prevenção da doença, especialmente pela sua localização que é próxima a lugares descampados.

A maior reclamação é que os animais foram levados para o local quando ainda não havia estrutura necessária para comportá-los, deixando os cães expostos ao sol e sem os cuidados básicos necessários, como potes de água e comida suficientes. “Eles foram jogados lá de qualquer jeito, aquilo é um campo de extermínio”, declara a dona dos animais. Ainda segundo ela, a prefeitura usou da leishmaniose para confundir a população sobre o verdadeiro propósito do abrigo, já que foi divulgado na imprensa local que a instalação era mais uma medida imediata de combate a doença. No entanto, nenhum animal recolhido de sua casa apresentava quaisquer sintomas e os exames realizados ainda estão sendo analisados. Sobre a doença, ela acredita que a comunidade carece de informação e de mais trabalho preventivo: “não é matando que se resolve, é tratando”, ressalta.

A prefeitura ainda não tem condições de recolher os cães de rua, a menos que estejam muito doentes e diagnosticados com leishmaniose. Segundo a diretora da Vigilância Sanitária, Janaína Leivas, está sendo realizado o exame Elisa, que diagnostica num primeiro momento a doença. Caso o resultado for positivo, é solicitado um exame chamado Rifi: “o Rifi era feito em Porto Alegre, mas como eles estão sem material, nós temos que enviar as amostras para Minas Gerais”. Além de caro, o processo atrasa a ação da vigilância, que nada pode fazer sem as comprovações dos resultados, que demoram aproximadamente dois meses.



A única forma de lidar com os casos de leishmaniose nos cães diagnosticados em São Borja, segundo a diretora da Vigilância, é a eutanásia, já que o tratamento não resulta em cura definitiva, mas apenas retarda os sintomas da doença, que estará sempre presente no animal infectado. “No animal o protozoário se instala na corrente sanguínea, enquanto na pessoa ataca apenas alguns órgãos, podendo ser curado, diferente do animal, que com tratamento pode diminuir lesões mas nunca se livrará do protozoário”, explica. A vacina preventiva não é recomendada porque confunde as análises clínicas da verificação da doença, podendo gerar um diagnóstico positivo para a leishmaniose. “Nenhum animal sequer foi sacrificado sem a comprovação e em todos os casos nós exigimos uma autorização por escrito e assinada pelo dono”, esclarece Janaína.

A prevenção ao mosquito é fundamental para o controle da doença. O recente período de seca, impediu que o mosquito palha se proliferasse, já que ele necessita de ambientes úmidos para botar seus ovos. O apoio da comunidade é imprescindível, mas ao mesmo tempo é a maior dificuldade encontrada pelos agentes de saúde, “porque é difícil mudar os hábitos das pessoas e muita gente tem pátio sombreado, coberto de plantas, que é o ambiente mais favorável ao mosquito”. Recomenda-se que as pessoas podem galhos de árvores e recolham folhas e frutas do chão. “Não é que não possa ter grama no pátio. Pode, mas o ideal é que pegue sol”, acrescenta a diretora da Vigilância Sanitária.

Com a construção do Centro de Controle de Zoonoses a intenção é deslocar o departamento de fiscalização sanitária, que fica localizado junto ao posto de saúde ao lado da Secretaria de Saúde Municipal, para as novas instalações. Estão previstos na planta do Centro laboratórios para agilizar os exames realizados nos animais. “Infelizmente, a leishmaniose veio para ficar”, afirma Janaína Leivas.

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Bioenergia: uma solução ecológica para São Borja

Por Fabio da Silva, Francis Limberger e Vladson Ajala

A produção de arroz tem sido historicamente, uma das bases da economia de São Borja. Contudo, sempre houve dificuldades em dar um destino adequado à casca do cereal, um dos resíduos do beneficiamento. Depois de muitos anos poluindo o meio ambiente, agora a casca do arroz será usada para a geração de energia elétrica. A usina de biomassa, onde a casca é queimada para gerar calor, vem para resolver um problema ambiental antigo, mas também para agregar valor à produção.

Nas lavouras são-borjenses são colhidas anualmente seis milhões de sacas (50 kg) de arroz. Além disso, outros quatro milhões de sacas são importadas de outras regiões para serem beneficiadas nos engenhos locais. Como a casca do grão representa 20% da massa beneficiada, tem-se a cada temporada um montante de dois milhões de sacas de resíduos. O destino correto a ser dado a este material sempre foi uma dúvida dos proprietários de engenhos.

Mesmo se tratando de um corpo orgânico, a casca do arroz apresenta características que tornam o seu processo de decomposição muito demorado. Por isso, o seu uso como adubo orgânico se torna inviável. Há a possibilidade do uso em granjas de aves e suínos, servindo para proteger os animais da umidade. Entretanto, a grande distância das regiões onde se praticam estas formas de pecuária torna insuficiente o recolhimento do resíduo para este fim. O despejo de milhares de toneladas de casca de arroz em campos e terreno abandonados tornou-se um problema ecológico crônico, exigindo inclusive intervenção das autoridades ambientais.

A queima da casca como solução

A crescente preocupação na busca de energias renováveis, somada à necessidade de dar um destino ecologicamente correto à casca de arroz, fez surgir a idéia do uso deste material para a geração de eletricidade. Desenvolveu-se uma técnica baseadas nas usinas termoelétricas já existentes. Porém, ao invés de queimar combustíveis fósseis para gerar calor, utiliza-se o subproduto do arroz.

A inovação chamou a atenção de José Francisco Rangel, que no comando da ADSB (Agência de Desenvolvimento de São Borja) buscou apoio da iniciativa privada para instalar uma usina termoelétrica deste tipo no município. Através de investimentos da empresa alemã MPC Holding, a ADSB viabilizou a instalação de uma usina de biomassa em São Borja. Segundo Rangel, já há um contrato de 12 anos, assinado entre a MPC e as 15 empresas de beneficiamento de arroz de São Borja.

Uma das empresas envolvidas no projeto é a Cereais Passo. Além de fornecer matéria prima para a usina, a empresa deverá ser responsável pelo recolhimento da cinza produzida durante a queima. Segundo o funcionário Adil Dalenogare, os resíduos da queima da casca têm várias utilizações industriais, como por exemplo, na fabricação de plásticos e de cloreto de amônia (uréia), insumo muito utilizado na agricultura.

Os benefícios ambientais

Os benefícios ambientais que deverão ser proporcionado pela usina de biomassa vão além de poluição do solo. Além de eliminar o elemento poluidor do ambiente, a usina fornecerá um tipo de energia renovável e com baixo índice de poluição do ar. O secretário estadual do meio ambiente, Berfran Rosado, comentou o investimento: “Há um ganho duplo, pois a casca de arroz será utilizada, eliminando o resíduo e, e dela, será produzida energia limpa”.

O engenheiro agrônomo Luiz Alberto Mairesse considera as usinas de biomassa de extrema importância. Contudo, Mairesse acredita que esse é apenas um passo em direção a um futuro, onde a geração de energia será 100% limpa. “Esta é uma oxigenação que a ciência está conseguindo, para depois investirmos em energia mais viável, mais econômica e que não cause nenhum tipo de poluição ambiental”.

A obra

A usina de biomassa de São Borja começou a ser construída em agosto de 2008, junto à BR 287. De acordo com José Francisco, a parte civil da obra está 80% concluída. Faltaria ainda a instalação da caldeira e da turbina, o que está previsto para o segundo semestre deste ano. Segundo Rangel, o contrato assinado com a construtora prevê que até dezembro a obra esteja concluída. Dessa forma, no início de 2010, São Borja já estaria produzindo energia elétrica a partir da biomassa.

Os números da usina (fonte ADSB)

Custo da obra: R$ 55 milhões;
Capacidade de processamento: 100.000 toneladas de casca ao ano;
Capacidade de geração 12,3 MW’s;
Empregos diretos: 25;
Empregos indiretos: 100;
Impostos a serem gerados: R$ 3 milhões/ano;

O sonho da casa própria chegou a São Borja

Por Elder Jr e Margane Escobar

A falta de habitação em São Borja é um problema que há anos só aumenta, mas quem aguarda por esta oportunidade de realizar o sonho da casa própria, pode estar mais próximo de conseguir, graças ao programa do Governo Federal Minha Casa Minha Vida, que contemplou São Borja para ser uma das beneficiadas em receber casas populares com parceria entre a Prefeitura Municipal e Caixa Econômica Federal.

É o caso de seu Antônio dos Santos, 54 anos, que mora com a família dentro da carcaça de um ônibus no bairro Paraboi. Sem condições de trabalhar, pois perdeu os movimentos do braço direito durante o trabalho, a única renda da família são os R$ 300 reais que dona Maria, sua esposa, recebe como faxineira. Antônio aguarda há dez anos por uma casa, mas ele não perde a esperança de ser beneficiado com o programa Minha Casa Minha Vida.

A secretaria de Habitação de São Borja estima que quase mil famílias aguardam por moradia popular. Já que essa promessa foi o carro-chefe da campanha que reelegeu o prefeito Mariovane Weis, afirmou o diretor de programas habitacionais, Rogério Aguirre. Ele diz que o cadastramento das famílias está sendo feito e estudado para que famílias que já receberam benefício não recebam de novo. Aguirre considera como o maior problema as famílias que recebem casas populares e depois de alguns meses as vendem ou repassam para terceiros de forma ilegal, problema que causa a demora na entrega das casas a quem realmente precisa.

O programa Minha Casa Minha Vida foi planejado para as cidades com mais de 100 mil habitantes e, estendido para municípios com mais de 50 mil que tenham déficit habitacional, assim, São Borja foi enquadrado no programa, explicou o diretor da secretaria de habitação, Luis Emílio, na sexta-feira (15). O número de casas destinadas à cidade, ainda não foi divulgado pelo Governo Federal, mas a prefeitura espera construir 600 casas populares durante os quatro anos de governo.

O gerente da Caixa Econômica Federal de São Borja, Nelson Castro, explica como serão distribuídas as moradias populares: O programa beneficiará, principalmente, famílias com renda superior a três salários mínimos. Para quem tem esse perfil, serão construídas 600 mil casas e, tanto o cadastramento quanto a liberação é diretamente na Caixa. Já para as famílias com renda de um a três salários, são destinadas 400 mil habitações em todo o Brasil, e os cadastramentos são feitos nas prefeituras, onde distribuirão as moradias, conforme seus critérios.

Hipoglicemia: o que é?

Por Chaiane Gomes e Karin Franco

"Sentia tremores e achava que era por causa do tempo que ficava sem comer”, esse era um dos sintomas que Náila Ferreira, 21 anos, sentia antes de descobrir que estava com hipoglicemia.

A hipoglicemia é uma alteração no metabolismo onde há uma baixa do nível de açúcar (glicose) no sangue. Com origem, muitas vezes, a partir de outras doenças ou pelo uso de alguns medicamentos, a alteração não é genética, como informa a médica Cátia Porciúncula: “Tem pessoas que já nascem com essa alteração no metabolismo, então, desde criança apresentam sintomas. Outras, quando adultas, começam a apresentar sintomas”.

De acordo com a nutricionista Alessandra Azevedo, a hipoglicemia é comum nas pessoas que possuem diabetes. A causa disso é relacionada à produção de insulina: “ [no diabético] o pâncreas não produz insulina suficiente, então essa pessoa vai tomar (via intravenosa ou medicamentosa) a insulina. Se ela ficar muito tempo sem se alimentar acaba subindo a insulina e não tem glicose no sangue. A glicose baixa muito e dá aquela sensação assim... tremor, suor, pode levar até a desmaios e, nos casos mais extremos, a hipoglicemia com diabetes pode levar ao coma”, afirma a nutricionista.

Alguns dos sintomas apresentados são tremores, irritabilidade, dificuldade de concentração, esquecimentos, fraqueza, tonturas, cansaço, mal-estar e caso a glicemia estiver muito baixa, pode haver desmaio.

Para Alessandra Azevedo, diminuir a quantidade de açúcar na alimentação é uma das formas de se prevenir: “porque a maioria dos alimentos convertem em glicose, por exemplo, todo tipo de carboidrato, todos os tipos de frutas, leites. Proteínas demoram bastante para degradar, mas também vai se converter, a gordura também. Quase todos os alimentos convertem na glicose. O que causa mesmo ( a hipoglicemia) é um longo período sem se alimentar”. A alimentação pode ajudar a controlar o índice de glicemia no sangue. É indicado que se coma a cada três horas.

Essa alteração no metabolismo poderá ser apresentada pela vida toda, mas há como controlar a taxa de glicose. O tratamento pode variar dependendo o que causou a hipoglicemia. Alguns poderão simplesmente controlar alguns alimentos e outros terão que suspender algum medicamento. Enfim, o tratamento dependerá do diagnóstico médico.

Foi o que aconteceu com Náila Ferreira, citada no começo da reportagem. Devido a sua alta produção de insulina, sua glicose baixava, e como fazia grandes intervalos para se alimentar, seu nível de glicose piorava, e então vinham os sintomas. Hoje, depois de três meses de tratamento, com dietas que retiram os doces e onde possui refeições a cada duas horas, já consegue levar a vida um pouco mais normal. Em relação aos doces, ela confessa que já saiu da dieta, porém, acabou passando mal no dia seguinte. “A lembrança de que ao comer o doce, passei mal, ajuda a me controlar”, conta Náila.

Mais informações no site do Instituto Mineiro de Endocrinologia.

São Borja fará controle de tráfego urbano

Por Daiele Tusi
O decreto número 12.007, emitido em 29 de abril de 2009, entra em vigor em São Borja a partir do dia 15 de junho. Caminhões de dois eixos, entre 6 e 15 toneladas de peso bruto total, terão restrições para trafegar no centro da cidade, na chamada Zona de Máxima Restrição de Circulação (ZMRC), e caminhões com terceiro eixo, acima de 15 toneladas com reboque ou semi-reboque, caminhão trator, máquinas agrícolas e rodoviárias estão proibidos de circular e estacionar nesta zona. Segundo o Diretor do Departamento de Trânsito da cidade, Argeu Bogado, esta lei prevê controle de congestionamentos e evita prejuízos na infra-estrutura das vias. “A infra-estrutura de São Borja é muito antiga, este asfalto foi colocado em cima de um paralelepípedo que era assentado em cima de areia, então não ficou uma estrutura forte. O caminhão aperta este paralelepípedo que está embaixo do asfalto e estraga as ruas”, salienta Argeu.

Os motoristas terão até o dia 15 de junho para se adaptar as novas regras. Caso ocorra algum desrespeito à lei, a partir desta data, o infrator será autuado pelo Artigo 187, do código de trânsito - transitar em horários e locais não permitidos pela regulamentação estabelecida pela autoridade competente - que prevê multa acima de 80 reais, e quatro pontos na carteira de habilitação.

Os veículos que sofrem restrições poderão circular e estacionar nos seguintes horários:
  • Segunda a sexta, das 16h às 9h do dia seguinte;
  • Sábado das 0h às 9h e das 13h as 18h;
  • Domingos e feriados a qualquer horário;
Estes horários de restrição poderão causar alguns transtornos às empresas do centro da cidade, visto que haverá necessidade de adaptação do transporte de grandes cargas até a empresa. Uma das soluções propostas pelo Gerente da Loja Obino, Alessandro Ferreira da Silva, é fazer o transporte em dois ou mais caminhões de menor porte. “Outras lojas podem ter problemas com o aumento de custo no transporte das cargas, o que poderá afetar diretamente o consumidor, pois o valor poderá ser repassado para as mercadorias”, descreve Silva.

Estas mudanças trazem alguns benefícios ligados à contratação de novos empregados para realizar o transporte das cargas nas ZMRC. Esta é uma perspectiva de melhorias no trabalho dos fretistas. “Vai surgir mais oportunidade de emprego para nós, porque as empresas vão precisar nos contratar para fazer o transbordo. Também vão precisar de chapas para realizar a carga e descarga das mercadorias”, afirma Américo Godois, proprietário de um caminhão de pequeno porte, utilizado para transporte de mercadorias.

Feira da Economia Solidária movimenta São Borja

Por Aline Donato e Bruna Bueno

No primeiro sábado de cada mês, acontece na praça XV de Novembro, em São Borja, a Feira da Economia Solidária. Organizada pela Secretaria de Assistência Social, da Prefeitura Municipal de São Borja, a feira conta, atualmente, com a participação de 26 expositores, que apresentam seus produtos para a comunidade.

Ao visitar os estandes, é possível encontrar uma diversidade de produtos como, por exemplo, alimentos caseiros (mel, bolos, cucas, rapaduras, doces, compotas) e artesanatos de diversas variedades (guardanapos, mantas, enfeites para a cozinha, tapetes).

No estande da Casa de Abrigo Municipal de São Borja, por exemplo, os visitantes podem apreciar os produtos confeccionados pelas próprias crianças. Segundo o diretor do Abrigo, Agiomar Ribas, a feira proporciona a oportunidade de mostrar para a sociedade o que é produzido pela comunidade. “É de muita valia, pois o pessoal vem pra cá, conhece o que a gente está fazendo”, diz.

Além das bancas com as exposições dos feirantes, a Feira da Economia Solidária conta com estandes empresarias, espaço disponibilizado às empresas do município, para que divulguem ao público o trabalho que realizam.

De acordo com a organizadora do evento e diretora de Relações Comunitárias da Secretaria de Assistência Social da Prefeitura, Eva Moraes, o objetivo da exposição é auxiliar na geração de renda dos pequenos produtores rurais e artesanais da cidade.“No ano passado, o pessoal se desmotivou bastante devido à crise, devido à própria falta de incentivo de estar tendo uma injeção de ânimo”, afirma.

A feirante Elcida Macedo, que participa há três anos da feira, considera que o número de visitações do público está superior se comparado às edições anteriores. “As vendas estão crescendo bastante, o público está comparecendo e a gente procura fazer os produtos da estação, porque a gente vende mais”, conta.

Neste ano, a feira conta com uma novidade: os participantes podem contar com a orientação empreendedora do professor João Antônio Gomes Pereira, da Universidade Federal do Pampa – Unipampa, juntamente com a Secretaria de Assistência Social da Prefeitura de São Borja.

“Nós vamos ter uma reunião com os produtores que estão participando da feira esse ano e apresentar nossa proposta de trabalho, ou seja, ver o que está bom, o que está precisando e traçar um plano de trabalho”, informa o professor.

A organizadora Eva Moraes aponta que as dicas oferecidas pelo professor João Antônio estão proporcionando uma motivação maior não apenas para os feirantes, mas também para os consumidores: “A primeira edição deste ano teve um público de aproximadamente trezentas pessoas. A gente acredita repetir esse número nas próximas edições”.

Um visitante freqüente de cada edição da feira é o senhor Adão Santiago. Ele considera que as exposições são muito interessantes e que a comunidade são-borjense deveria participar mais do evento. “A população deveria ser mais participativa em relação à feira, pois é um local onde as pessoas podem apreciar estes produtos que são feitos aqui em São Borja”, opina.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

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Mais de quatro mil pessoas foram ao ginásio do bairro do Passo assistir ao pastor R. R. Soares, da Igreja Internacional do Reino de Deus

Foi na última terça-feira, 28/4, no ginásio Cleto Dória Azambuja, que o “mais famoso pastor evangélico do mundo” se utilizou de sua retórica para reunir milhares de fieis. Cantores gospel também animaram o público com seus playbacks fazendo-os cantar junto.

Primeiro, um pastor acompanhante fez uso da palavra conscientizando os religiosos da importância do dízimo. No discurso, a reiteração da não obrigação da oferta, mas da necessidade de se fazer para que o processo de evangelização continue sempre promissor. 70 “obreiros” vestidos em seus coletes de tecido não tecido (tnt) azul, recolhiam as78 ofertas e vendiam CD's ao preço de R$ 20. Aos comandos deste pastor ao microfone, circulavam por entre as pessoas com seus sacos plásticos cheios de moedas e notas de cinco e dez reais.

Olhavam para os fieis como que perguntando se não iriam dar alguma quantia em dinheiro. Alguns mais generosos, puxavam notas de vinte, e outros mais generosos ainda, de cinquenta reais. A igreja possui também um cartão de crédito em parceria com o segundo maior banco privado do Brasil, onde os adeptos ao realizarem suas compras, revertem parte do valor para a instituição.

Notadamente são pessoas humildes, desprovidas de muito luxo em suas vidas. Um público homogêneo em suas características sócio-econômicas e culturais. Creem piamente no que é dito, sem filtrar qualquer afirmação. Com semblantes emocionados, olhos fechados e mãos apertadas, repetem a fala do orador com uma fé e com um ardor, que impressiona.

Quando R. R. Soares subiu ao palco, o delírio tomou conta. Como se fosse um astro da música pop, um galã das novelas, ou um famoso jogador de futebol. Palmas e gritos de “êêê” deixaram a comunicação impossível dentro do ginásio. Câmeras fotográficas disparavam seus flashes a todo momento. Realmente, o apresentador do programa Show da Fé, na TV Bandeirantes, é uma celebridade do mundo evangélico, o maior do mundo segundo eles. Dono de uma retórica contagiante e emocionada, levava os religiosos ao choro.

Pregando, se utiliza de palavras e sentimentos com significados opostos para se fazer entender: “Coração que tem amor, o ódio não penetra”; “Porta que Deus abre, o diabo não fecha, e porta que Deus fecha, o diabo não abre”; e assim seguia rezando citações bíblicas. Nesse dia, escorou-se no que dizia as cartas de Paulo.

Depois começou a hora de curar os enfermos: pessoas que não escutam de um ouvido, com dores nas costas, nas pernas, hérnias, reumatismos, etc. Entre os que não escutavam de um ouvido, estava Nei Pereira da Silva, 67. Perdeu a audição do ouvido direito devido a sua profissão de operador de retro-escavadeira. Da Silva subiu ao palco e se disse escutando depois que recebeu a bênção do pastor. “Fazem oito anos que estou na igreja. Fui batizado na água e tudo. Hoje, por causa do pastor, to (sic) escutando de novo”.

Romildo Ribeiro Soares, 62, fundou a Igreja Internacional do Reino de Deus em 1980 no Rio de Janeiro. Desde pequeno tinha o sonho de pregar através da televisão. Conta atualmente com mais de 900 igrejas espalhadas pelo Brasil. Pai de cinco filhos, é casado com a irmã do bispo Edir Macedo, dono da Rede Record de Televisão e fundador da Igreja Universal do Reino de Deus. De avião, foi a primeira vez que incursionou pelo interior do Rio Grande do Sul.

http://www.ongrace.com/usa/nossa_historia/index.php http://pt.wikipedia.org/wiki/R._R._Soares http://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_Internacional_da_Gra%C3%A7a_de_Deus.