quinta-feira, 30 de abril de 2009

Merenda escolar é garantia de alimentação balanceada em São Borja

Por Andréia Sarmanho e Guilherme Veiga

A merenda distribuída gratuitamente nas escolas públicas é de fundamental importância para a educação alimentar dos alunos. Na hora do recreio é a melhor opção, já que é feita com produtos menos industrializados do que os vendidos em cantinas, geralmente, anexadas às escolas. A verba destinada às escolas estaduais para a merenda escolar vem do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), sendo estipulada de acordo com o número de alunos da escola, de educação infantil à oitava série do ensino fundamental.

No CESB, Colégio Estadual de São Borja, são recebidas trimestralmente orientações da secretaria estadual de educação sobre cardápio e armazenamento dos alimentos estocados para uso posterior. A Assistente Administrativa do colégio, Cleonice Bernardes, fala sobre as opções que os alunos encontram no colégio na hora do lanche: “os nossos alunos são bem felizes com a merenda, embora nós tenhamos alunos de classe média, classe média-alta que tem condições de adquirir alimentos no bar. Nós pedimos para as pessoas responsáveis que não ofereçam muita frituras ou salgadinhos”, afirma.

Em processo de licitação, o bar do colégio terá novos empreendedores e a direção já fez exigências em relação aos alimentos que serão vendidos: “pretendemos combinar com os vencedores da licitação que não sejam oferecidos chicletes, balas, pirulitos, salgadinhos, bolachinhas recheadas e essas coisas que não contribuem com a saúde dos nossos alunos”, enfatiza Cleonice.

Os atendentes do bar confirmam que os alimentos mais adquiridos são croissants, refrigerantes e doces, apesar de haver outras opções mais saudáveis. Segundo eles, durante algum tempo foram oferecidos sanduíches naturais, mas com a baixa procura deixaram de ser enviados pelos fornecedores. Além disso, alimentos como o croissant, costumam ser mais baratos – o custo é de R$ 0,75 no bar da escola.

Na Escola Municipal Sagrado Coração de Jesus, o quadro se modifica em relação à verba, já que todo custo da merenda é pago pela prefeitura municipal. A fiscalização nessas escolas é realizada pelo profissional de nutrição, que acompanha o trabalho e as solicitações das merendeiras, faz os pedidos e ainda confere as condições de armazenamento e conservação dos alimentos. Liara Noal, nutricionista da prefeitura, é a responsável pela elaboração dos cardápios de todas as escolas. Segundo ela, a seleção das refeições varia de acordo com a estação do ano e algumas vezes por solicitação das merendeiras, que conhecem os gostos de seus “clientes”. Uma das merendeiras da escola, Susane Fonseca, fala sobre a diferença do alimento do refeitório em relação ao oferecido pelo bar: “a nossa merenda é bem mais saudável, a maioria come. São poucos os que não comem, pelo menos aqui”, garante. A nutricionista, Liara Noal, afirmou ainda que os cardápios têm por objetivo utilizar o máximo de alimentos naturais possível, mas que não são livres de gorduras: “nós tentamos fazer o mais saudável possível, mas claro que não é livre de lipídios e carboidratos, porque isso faz com que haja um equilíbrio. Mas nessas cantinas o que a gente vê mais são gorduras saturadas, gorduras trans. A alimentação dessas crianças que comem em bares não tem um suco ou até mesmo uma fruta”, afirma.

Como a maioria das escolas públicas atende muitas crianças carentes, a alimentação é reforçada, incluindo massas, arroz e feijão. A nutricionista conta que trabalha junto a 34 escolas: 26 municipais, três instituições filantrópicas e cinco instituições de Apoio Sócio-educativo em Meio Aberto (ASEMA). Segundo ela, algumas escolas deixam a desejar em relação à higiene das cozinhas: “tem lugares em que as merendeiras dizem que o serviço é muito, então deixam um pouco a desejar em higiene e conservação. Mas são poucos”, observa.

Existe também a fiscalização feita pela comunidade. O Conselho de Alimentação Escolar, grupo composto por membros da sociedade, como professores e pais de alunos, faz uma vistoria nas escolas. Os alimentos são fiscalizados e é elaborado um relatório de prestação de contas para o controle da verba destinada à merenda nas escolas.

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