Por Adir Machado e Eduardo Silva
O Grupo de Pesquisa “História da Mídia” da Universidade Federal do Pampa (Unipampa) promoveu, no ultimo dia 26, na Câmara Municipal de Vereadores de São Borja, uma palestra sobre a biografia e trajetória política do estadista João Goulart.
O advogado Christopher Goulart, neto do ex-presidente e Diretor de Comunicação do Acervo João Goulart, fez uma reflexão sobre a vida de Jango. Afirmou que a Ditadura Militar foi “cruel e injusta” em relação à memória de seu avô, que tinha ideais de emancipação e um caráter de soberania.
Segundo o advogado, a vida política de Jango foi muito rápida. Aos 27 anos, já era deputado estadual, e, dentro deste contexto político, foi ascendendo. Foi deputado federal, ministro do Trabalho, Indústria e Comércio e, finalmente, alcançou a presidência, da qual foi deposto. Aos 57 anos, morreu no exílio na Argentina.
Christopher defendeu, ainda, que a Lei de Anistia deve ser revisada “porque a democracia exige e as pessoas têm interesse, não para prender os torturadores, mas para que sejam identificados, pois muitos ainda estão vivos”. Também reforçou a tese de que Jango foi assassinado em uma situação típica da Operação Condor.
Na ocasião, Christopher doou dois documentários sobre a vida de João Goulart para a Unipampa, os quais ficaram disponíveis também para outras universidades da região. Agradeceu aos organizadores do evento, que contribuíram para que ele estivesse palestrando.
O advogado Amândio Moraes do Amaral, que foi preso político em 1969 e 1970, por ser militante
do Partido Comunista Brasileiro, revela que fez parte de uma rede de informações. Ele fornecia informações sobre os exilados políticos para os militares, enquanto estes lhe garantiam o direito à vida. Amaral afirmou que os militares lhe garantiram que: “Jango seria morto, por meio de atentado, acidente, envenenamento ou até mesmo a bala”.Professores e alunos do curso de História da Urcamp e de Jornalismo da Unipampa marcaram presença no acontecimento acadêmico.
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