quinta-feira, 2 de abril de 2009

Último cinema não é bem recebido em São Borja

Por Andréia Sarmanho e Guilherme Veiga

Depois de alguns anos sem cinema, os São Borjenses tiveram a oportunidade de desfrutar do encanto da sétima arte novamente. No entanto, poucos têm demonstrado interesse em prestigiar a iniciativa.

Inaugurada há oito meses, a sala de cinema da JR Entretenimentos pausou suas atividades no final de fevereiro, pouco antes do carnaval. A sala é situada junto à locadora de DVDs e lancheria, que têm sustentado o empreendimento. A proprietária, Jussara Radiske, conta que a proposta era oferecer uma nova alternativa de entretenimento para a comunidade, mas o retorno não foi o esperado: “eu acho que o pessoal não valoriza o que tem na cidade, e não só o cinema”, lamenta a empresária. O investimento foi de aproximadamente 70 mil reais.

O estudante Cristian da Cruz, 18 anos, assistiu três filmes na sala de cinema do estabelecimento, mas acredita que o aluguel de filmes em DVD impede o seu desenvolvimento. “Mesmo com preço equivalente ao do DVD, o cinema não tem como competir. Acho que já passou a moda”, opina.

Ex-proprietário de vários cinemas em diversas cidades do interior do estado, entre elas São Borja, Oneron da Rocha concorda que a popularização do DVD dificultou sobrevivência do cinema, sobretudo no interior. “O que quebrou o cinema do interior foi o DVD. Quando eu comecei a sentir o problema, fechei. Mas hoje, o que o ser humano quer? Facilidade e praticidade”, afirma o empresário. Experiente no ramo, acredita que nas grandes cidades os cinemas continuam atraindo público em decorrência de outros fatores: “o cinema no grande centro é imortal, principalmente por causa do shopping”. Seu último empreendimento no ramo, o Cine Teatro Municipal, ao contrário do cinema atual, foi bem aceito nos primeiros anos: “Em um ano, eu tirei o meu investimento”.

A proprietária do cinema atual conta que as pessoas telefonam sugerindo filmes para exibição, mas o recesso deve continuar por mais algum tempo. “Vamos deixar eles sentirem a falta mais um pouco”, brinca Jussara Radiske. A expectativa é de que, com a chegada do inverno, o cinema retome as atividades e a procura seja maior.

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