quinta-feira, 23 de abril de 2009

Fast food e alimentos industrializados: elementos básicos da alimentação brasileira

Por Aline Donato e Bruna Bueno

Em meio a uma sociedade capitalista e consumista, a população brasileira está incorporando progressivamente novos hábitos alimentares, típicos de países do Primeiro Mundo. Surge, assim, um novo padrão alimentar que exclui, quase que totalmente, os alimentos adequados à boa saúde como, por exemplo, feijão, frutas e verduras, dando preferência aos produtos semiprontos e de fácil preparo.

Um fator responsável pela mudança nos hábitos alimentares é o curto período de tempo que as pessoas têm para se alimentar, transformando a pressa num dos traços da caracterização do modo de comer atual. Os alimentos pré-cozidos, enlatados e congelados reduzem as tarefas de preparo da alimentação e as entregas de fast food, em domicílio, também são opções para o consumo imediato.

Em entrevista cedida à revista IHU On-line, o professor o Departamento de Ciências dos Alimentos da Universidade Federal da Bahia, José Ângelo Góes, diz que outros fatores também são responsáveis por essas mudanças: urbanização, intensificação do trabalho feminino, evolução das formas de distribuição dos alimentos e do marketing. “Tudo isso gera a evolução do consumo de produtos industrializados, alimentação fora do domicílio, preferência pelos supermercados para a compra de alimentos, busca de praticidade e economia de tempo”, afirma.

Com o aumento do consumo desses alimentos, houve uma transformação nos tipos de produtos comercializados. Ao ser questionado a respeito dos produtos que a população mais consume, o gerente do supermercado Rede Vivo de São Borja, Lindomar Fernandez, aponta que as pessoas consomem em maior quantidade os produtos industrializados devido a uma questão de cultura do país. O gerente ainda fez uma pequena comparação: “Se são vendidos um milhão de produtos em um mês, apenas 100 mil são orgânicos”, conta.

A respeito da mudança ocorrida na forma como cada pessoa se alimenta, a professora de Educação Física, Karlize Rizzatti, afirma: “Isso foi ruim, pois esses produtos consumidos atualmente contêm conservantes maléficos à saúde. As pessoas devem se conscientizar e tentar uma reeducação alimentar”.

Os indivíduos que preferem alimentos industrializados, em sua maioria, não sabem os benefícios e a importância dos componentes dos alimentos naturais para a saúde, como os carboidratos, proteínas, vitaminas e sais minerais. Para a nutricionista da Secretaria de Saúde de São Borja, Alcione Fátima Assmann, hábitos alimentares saudáveis consistem em manter uma alimentação preventiva e promotora de saúde. “A principal e mais alarmante conseqüência do consumo de alimentos indevidos é a preferência das crianças e jovens por produtos ricos em carboidratos e pobres em proteínas”, ressalta.

Uma conseqüência grave causada pela má alimentação ocorreu com a jovem Adrielli Vieira Girelli, 18 anos, que adquiriu uma doença detectada geralmente em pessoas adultas. “Antigamente comia produtos fortes e industrializados, que continham glutamato monossódico, como salgadinhos e condimentos. Através desse ingrediente, adquiri uma pedra na vesícula, que me causava fortes dores abdominais e vertigens. Me arrependo dos meus antigos hábitos, pois não tinha consciência do mal que esses produtos poderiam me causar”.

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