sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Vandalismo e pichações denigrem a imagem de São Borja

Por Marcio Cavalheiro e Flávio da Silveira

Dentre as aspirações de cidades que desejam ter em suas vias urbanas um aspecto limpo e agradável aos seus habitantes e visitantes, destaca-se a educação de seu povo no tocante à manutenção e zelo pelo patrimônio público e particular.

Somente pela educação e consciência cidadã é possível manter limpos e em ordem banheiros públicos, lixeiras, fachadas de prédios, monumentos e tudo que é do bem comum. São Borja tem se notabilizado pelo grande número de incidentes de vandalismo e depredações de toda ordem.

Lixeiras e telefones públicos queimados ou quebrados, muros e fachadas pichadas, banheiros públicos em condições precárias de conservação e higiene, embora o constante trabalho de limpeza e manutenção por parte do poder público, têm sido verificados com freqüência na cidade.
Para o diretor de Serviços Urbanos, Carlos Alberto Weber Barreto, as iniciativas de combate ao vandalismo devem partir da própria comunidade: “Pedimos aos moradores e às entidades que nos ajudem, mas cada vez aumentam mais as depredações, verificadas desde as praças até o cemitério”.

As escolas também vêm sendo alvo de pichações, em muitos casos perpetradas pelos próprios alunos. Em uma das maiores escolas do município, o Colégio Sagrado Coração de Jesus, localizado no centro da cidade, as pichações se acumulam ao longo de toda a extensão da escola que faz limite com a calçada.

A irmã Fernanda Cerutti aponta a educação familiar como fator determinante a esta problemática: “Eu acredito que o vandalismo só pode ser combatido quando tivermos uma educação forte de berço”.

A pichação é considerada no Brasil vandalismo e crime ambiental. Conforme o artigo 65 da Lei 9.605/98, com pena prevista de três meses a um ano de detenção mais o pagamento de multa. Se o crime se der em monumento histórico ou tombado pelo seu valor artístico ou arqueológico a pena mínima é de seis meses de detenção, além de multa.

Em Porto Alegre, foi criado o serviço “Disque-pichação”, que em maio deste ano completou dois anos de implantação, já tendo recebido cerca de 800 denúncias, resultando em 150 detenções.
Para o Tenente Fernando da Brigada Militar em São Borja, o principal motivo para a prática deste ato ilícito é o consumo excessivo de álcool, com os infratores estando geralmente na faixa etária de 16 aos 20 anos. “Geralmente, são jovens que cometem estes vandalismos, após terem ingerido álcool ou drogas”. Na grande maioria das vezes, os vândalos não são pegos em flagrante, o que dificulta a ação da polícia.

Para José Francisco Antunes, vendedor ambulante e freqüentador assíduo da Praça XV de Novembro, o vandalismo dificulta também a sua vida. “É realmente um grande problema para pessoas como eu, que necessitam usar o banheiro da praça e quase sempre está sem condições, sem falar nos orelhões que, para pessoas pobres como eu, são a melhor opção, mas é preciso, às vezes, andar por várias quadras até encontrar algum que funcione”.

Em pesquisas e enquetes propostas na internet, a opção que é quase unanimidade entre os internautas aponta a punição como melhor medida para coibir as pichações e vandalismos, em detrimento da educação. Na página do Grupo Bandeirantes de Comunicação na internet, enquete sobre o tema traz o índice de mais de 75% de usuários defendendo a punição para os casos de vandalismo, contra pouco mais de 24% que preferem a educação.

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