sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Efetivo da Brigada Militar em déficit

Por Felipe Severo e Leonardo Ávila
Fotos: Guilherme Veiga


O Rio Grande do Sul, reconhecido nacionalmente por diversas virtudes, peca quando o assunto é segurança pública. O efetivo da Brigada Militar está defasado. Possui cerca de 22 mil funcionários para as quase 500 cidades gaúchas. Todo ano, aproximadamente mil servidores se aposentam, o que agrava ainda mais o quadro que não é reposto conforme a demanda. A conseqüência deste cenário é o aumento dos índices de acidentes no trânsito, assaltos e roubos.



Falta de segurança preocupa cidadãos


Em São Borja a situação não é diferente. O contingente possui em torno de 90 servidores, sendo que nem todos atuam no policiamento ostensivo. Este número indica um brigadiano para quase mil habitantes. A cidade deveria contar com no mínimo 180 funcionários, para um serviço adequado. Segundo o Capitão Glênio Argemi Filho, Comandante da 1ª Companhia, a defasagem de efetivo não é um problema restrito só a São Borja e só a BM. Atinge outros órgãos públicos, como a Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe), Polícia Civil e Instituo Geral de Perícias (IGP) e outras cidades também. Argemi disse ainda que a BM de São Borja, mesmo com essas dificuldades, tem uma moral alta e gosta do que faz.


“Temos consciência de que o número de servidores não é o ideal, mas te digo que se a situação fosse pior do que ela é hoje, mesmo assim continuaríamos a fazer o nosso serviço”, completou o Capitão.


Existe a expectativa para a ocorrência de concurso público, mas sem prazo definido. As três mil vagas disponibilizadas servem apenas para suprir o déficit de servidores que vão saindo ano a ano. O salário da BM em todos os postos e graduações é o mais baixo de todas as polícias militares do Brasil. Essa situação de déficit orçamentário é histórica, e atingem também outros setores do governo, como a saúde e a educação.



Veja a opinião dos cidadãos:


- Acho que o número de brigadianos não é suficiente. Teríamos que ter um número bem maior para que eles possam atingir não só o centro, mas também a periferia. Mas, até que a situação não é tão crítica quanto em outras cidades. (Maria Izabel Loureiro de Souza, professora)


- Tem que melhorar um pouco mais. A gente liga o rádio e escuta sobre roubo, assalto. Tinha que ter mais reforço. (Mauro Juarez Souza, desempregado).


- A segurança deixa muito a desejar. Os órgãos tinham que se preocupar bem mais. Tenho alarme, grade e cachorro em casa e mesmo assim sinto medo. Falta segurança principalmente no bairro Paraboi. (M. S. H., funcionária pública)


- Faz pouco tempo que moro em São Borja e acho tranqüilo por enquanto. Só em alguns pontos que é mais violento, mas todo mundo sabe. (Carlos Eduardo, engenheiro agrônomo)


- Acho que está meio ineficaz em relação ao trânsito. (Cíntia Silveira Gomes, comerciante)


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