sexta-feira, 21 de novembro de 2008

SÃO BORJA x DOAÇÃO DE ÓRGÃOS

Por Andréia Sarmanho, Chaiane Gomes e Margane Escobar


Apesar de São Borja contar com uma comissão de capacitação de órgãos, ainda existe muita resistência por parte dos familiares dos pacientes para autorizar a doação. Na maioria dos casos, isso se deve à falta de informação das pessoas.

A Comissão de Capacitação de Órgãos existe desde 2004, no Hospital Ivan Goulart. A equipe é composta de um médico responsável pelo Centro de Terapia Intensiva (CTI), uma enfermeira e uma psicóloga. Apesar dos esforços do grupo, até o momento não houve nenhum caso de doação de órgãos na cidade.

O hospital tem autorização para a coleta de órgãos, mas ainda não houve nenhum caso
Portal SocialA psicóloga da comissão, Lara Dubal, afirma que muitas doações deixam de ocorrer pelo desconhecimento do processo por parte da família. Segundo ela, o procedimento passa por algumas etapas: “se tem algum paciente em estado muito ruim na CTI, as enfermeiras já ficam monitorando e nos avisam se for um potencial doador. São realizados os exames então, para constatar a morte encefálica”.

Segundo o médico coordenador da comissão, Dr. Paulo Fraga, a expectativa da equipe, desde sua formação, é facilitar o processo de doação. Apesar da intenção, o projeto não conseguiu a resposta pretendida. “Quando formamos essa equipe, nós imaginávamos que por causa da mídia, do conhecimento, da televisão, que seria fácil, mas não tem sido assim”, lamenta o médico.

Um fator apontado pela comissão como agravante na resistência dos são-borjenses à doação de órgãos é a demora na liberação do corpo. Caso a família autorize a doação, o hospital entra em contato com a central de transplantes, em Porto Alegre, que envia uma equipe para realizar a retirada dos órgãos. Só o processo cirúrgico leva em torno de quatro a cinco horas, seguido ainda pela recomposição do corpo. “É uma espera muito angustiante para a família”, complementa o coordenador.

Quem pode doar?

Doadores com morte cerebral - principalmente as vítimas de traumatismo craniano ou acidente vascular cerebral (AVC). Não é necessário constar em qualquer documento a vontade de doar – basta ter comunicado aos familiares. Podem ser aproveitados os seguintes órgãos: rins, pulmões, coração, córneas, pâncreas, ossos, intestino, fígado e tecidos como pele e vasos sanguíneos.

Doadores vivos - São casos mais restritos. Podem doar um dos rins ou parte do fígado, mas apenas para familiares. Existe ainda o banco de medula óssea, onde o doador pode se cadastrar e ficar à disposição caso surja alguém compatível, que necessite de transplante.

Em ambos os casos o doador deve estar livre de doenças infecciosas.

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