sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Nova forma de escrever

Por Aline Donato e Bruna Bueno


O brasileiros terão que reaprender a ortografia da Língua Portuguesa. As novas regras encontram-se no decreto que estabelece a reforma no sistema ortográfico, que já foi aprovado no país e entra em vigor a partir de 1o de janeiro de 2009.

O acordo ortográfico visa unificar a grafia das oito nações que integram a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) – Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Outros objetivos são reduzir os custos ao produzir os livros e proporcionar simplificações no idioma.

Professora destaca alguns aspectos da reforma


A professora de Língua Portuguesa, Maria Oraides Rocha de Medeiros (foto), afirma que, no próximo ano, já pretende trabalhar com as duas regras em sala de aula – as atuais e as novas. Para ela, a decisão de estabelecer uma reforma ortográfica no Brasil deveria ter a participação popular: “Eu acho que a reforma ortográfica deveria ter sido discutida não só com os professores de Língua Portuguesa, mas com toda a população. Não deveria ser decidida em gabinete, apenas entre os que têm melhor titulação”, diz.

Professores, educadores, profissionais da imprensa, entre outros que trabalham diretamente com as letras, vão ter que se adaptar rapidamente às modificações. Da mesma forma, as editoras precisarão alterar suas obras literárias para que estejam adequadas ao novo modelo ortográfico.

O período de adaptação a este novo modelo será de quatro anos, entre janeiro de 2009 até dezembro de 2012. Nessa fase, as provas de vestibulares e concursos vão ter que aceitar as duas formas de regras ortográficas.

Maria de Medeiros aponta que algumas alterações na ortografia vão complicar a forma de ensinar o conteúdo aos alunos e que, em sua opinião, a reforma aparenta ter um interesse financeiro por trás: “Antes tinha uma lógica, agora qual é a lógica? Muitos livros e dicionários terão de ser refeitos, tendo muito dinheiro envolvido. Então, eu não sei se é só uma mudança ortográfica. Acho que tem algo mais, mas eu não sei ainda o quê. Estou observando e lendo a respeito”, conta a professora.

A estimativa do Ministério da Educação e Cultura (MEC) é de investir entre R$ 70 a R$ 90 milhões somente na compra de novos dicionários adaptados às novas regras ortográficas, atendendo 37 milhões de alunos. O MEC destaca ainda que as modificações vão alterar 0,45% do dicionário brasileiro.

SAIBA DE ALGUMAS MUDANÇAS


  • Agregação de três letras ao alfabeto – “k”, “w” e “y”;

  • O trema deixará de existir na língua portuguesa;

  • Alguns acentos diferenciais e acentos agudos em ditongos abertos das paroxítonas vão ser excluídos;

  • Haverá mudanças relacionadas ao uso do hífen;

  • Haverá mudanças em relação ao uso do acento circunflexo.

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