sexta-feira, 21 de novembro de 2008

DORT– Será que você tem?

Por Aline Donato, Bruna Bueno e Karin Franco

A DORT - Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho – agrupa um conjunto de doenças que prejudicam determinados tipos de trabalhadores, principalmente, os que exercem atividades fundamentadas na prática de esforços repetitivos ou quando existe uma postura inadequada dos membros superiores do indivíduo.

Para que a doença seja considerada como conseqüência do ambiente de trabalho, o funcionário deve passar por uma avaliação na perícia do
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). “O perito avalia a capacidade laborativa da pessoa e se ela ainda tem condições de exercer sua profissão. Se confirmada a doença, o indivíduo fica em período de Benefício de Recuperação, que dura 15 dias”, afirma o médico perito do INSS de São Borja, Rogério dos Santos da Rocha.

Após esse período, o beneficiário tem estabilidade garantida de um ano no emprego. No entanto, muitos portadores de DORT não comunicam à empresa que sentem dor, pois temem a demissão. Isso ocorreu com a bancária Marlize Corim: “Eu era a única caixa bancária da agência. Sentia dor no meu braço e um ano depois, descobri que tinha DORT. Fui ao médico e fiquei de licença por 15 dias. Eu deveria ter ficado um tempo maior em reabilitação, mas tinha medo que me demitissem”, declara a bancária.

De acordo com a fisioterapeuta Alessandra Gonçalves, as DORT mais freqüentes são a bursite e tendinite de ombro, lesões de punho e dores lombares. Os profissionais mais prejudicados por essas doenças do trabalho são os digitadores, os bancários e os operadores de caixa em supermercados.

O médico ortopedista Ary Poerscke (foto) aponta que para o paciente saber se tem alguma DORT, primeiramente, ele deve procurar um médico que fará uma avaliação: “Ele lhe diagnosticará ou não a doença. Mas, deve ficar claro que, depois de um dia exaustivo de trabalho, é normal que apareçam esporadicamente dores corporais. O cansaço que normalmente acompanha tal situação desaparece com repouso adequado”, diz.

O ortopedista conta ainda que a maioria dos atendimentos que realiza estão relacionados a essas doenças do trabalho: “Os casos mais freqüentes que eu atendo são de DORT. Cerca de 60% dos meus pacientes reclamam, principalmente, de dor lombar e na coluna cervical. E esses problemas são resultantes, muitas vezes, da má postura com a qual exercem suas atividades”, afirma.

Como forma de prevenção das DORT, pequenos atos no dia-a-dia são fundamentais: “Não dormir de bruços, se agachar quando for pegar algum objeto do chão, sentar corretamente na cadeira”, afirma o ortopedista. A fisioterapia também é uma grande aliada no combate à doença, trabalhando com o paciente na fase da dor, além de ter papel de reforço muscular e orientação no trabalho.

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