Por Márcio Cavalheiro e Flávio da Silveira
Tramita no Senado Federal, já aprovada em primeiro e segundo turnos na Câmara dos Deputados, a Proposta de Emenda Constitucional – PEC 333/2004. Pelo texto aprovado na Câmara haveria aumento no número total de vereadores no Brasil, passando dos atuais 51.748 para 59.791, assim como a redução do percentual do repasse de recursos para as Câmaras Municipais.
Em São Borja, pelas regras propostas na PEC, o número de vereadores seria elevado para 15. Atualmente, a Câmara conta com 10 membros.
A medida é polêmica, pois conta com posições antagônicas entre as próprias casas legislativas do Brasil e seus vereadores. Enquanto pode ver seus quadros de legisladores aumentados, a diminuição no repasse de recursos pode trazer dificuldades para a manutenção das Câmaras.
Em 2004, o Senado já havia votado medida que reduziu o número de vereadores. Contudo, o volume de recursos destinados aos Poderes Legislativos Municipais foi mantido.

Roque Feltrin (foto), eleito no último plei
to, também se posiciona contra a proposta: “O momento é impróprio para esta mudança. Se houvesse mais vagas em disputa nas eleições, também haveria um número muito maior de candidatos à vaga de vereador. Muita gente ficou de fora, alijada da disputa porque os partidos também têm um limite de candidatos, conforme o número total de vagas”. Feltrin observa ainda que a diminuição no repasse de recursos à Câmara, hoje de 8% do orçamento do município e que pode cair para 3,75%, exigiria algumas adequações, mas que não inviabilizaria o funcionamento do Legislativo Municipal.

Ao mesmo tempo em que os atuais vereadores, eleitos ou reeleitos, discutem os desdobramentos da PEC para o futuro do Poder Legislativo, outros acompanham com expectativa o desfecho desta decisão. É o caso dos primeiros suplentes de vereador, que seriam os beneficiados com as vagas a serem criadas.
Adão Santiago, que obteve 1.274 votos nas eleições de outubro e não conseguiu ser eleito pelas atuais regras (Jeovane Contreira se elegeu com 759 votos), seria o primeiro suplente e também o primeiro beneficiado pela aprovação da PEC. “Estou aguardando para ver no quê pode dar esta proposta. Recebi uma boa votação e a comunidade merece ter uma maior representatividade na Câmara”, afirma Santiago.

Favoráveis e contrários aguardam a decisão do Senado com certo ceticismo de que ela seja tomada em tempo hábil. O mais certo é que se houver de fato mudança no número de vereadores no Brasil, esta se daria somente para as eleições de 2012.
A redução no repasse de recursos às Câmaras, hoje na ordem de R$ 6 bilhões, passaria para R$ 4,8 bilhões anuais. Segundo o texto da PEC, seriam criadas 24 faixas de número de vereadores, de acordo com a população de cada município.
Para a menor faixa populacional, de até 15 mil habitantes, a câmara poderá ter no máximo nove vereadores. A maior faixa é de 55 vereadores para o município com mais de 8 milhões de habitantes - o que atinge apenas a cidade de São Paulo.
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