quinta-feira, 15 de julho de 2010

Motocross: o sonho de uma família

Daíse Carvalho
Larissa Lucero
Lenise Morgental

A paixão pelo esporte sempre moveu Getúlio Acosta Júnior. Ainda criança, ele já demonstrava interesse pela velocidade. O incentivo veio de seu pai Getúlio Acosta, que presenteou o menino com uma pequena motinho motorizada ao completar sete anos. A partir daí a união com as motos só se fez mais forte. Hoje, o menino é um jovem de dezesseis anos que coleciona troféus espalhados pela sala, quarto e escritório da casa de seus pais, conquistados representando São Borja em campeonatos estaduais.

Ao todo, Getulinho, como é conhecido e chamado pelos admiradores, já conquistou mais de duzentos troféus, em diversas categorias pelas quais compete.

Ele sabe da responsabilidade que carrega, pois é patrocinado por empresas são-borjenses que acreditam na vitória e sucesso do garoto. “Para mim, encaro como se eu fosse o combustível da moto, quando corro, acelero pra ganhar distância e manter, além de velocidade, é preciso estar atento”, conta Júnior.

Por ser um adolescente e ter várias tarefas escolares para conciliar com os compromissos correspondentes às corridas, quem sempre o acompanha de perto é sua mãe Gisele Acosta. “Comecei a acompanhar as corridas desde o dia em que ele caiu e machucou o maxilar, desde esse dia ele não se feriu mais. É um ótimo filho, tem uma cabeça muito boa, mas não é nada dedicado aos estudos”, preocupa-se Gisele, que cobra e incentiva o garoto a não descuidar das notas.

As inscrições nos campeonatos, horários e datas são cuidados atentamente por Getulinho, que se responsabiliza por conta própria. Getúlio Jr. possui quatro motos com motores diferentes, seu mecânico é porto-alegrense, mas geralmente quem dá um retoque ou soluciona problemas de emergência é seu pai. O principal incentivador, hoje vibra com cada conquista, com cada pódio e fica ao lado da pista torcendo pelo filho.

Segundo Getúlio (pai),” a vontade dos pais muitas vezes se realiza nos filhos. Eu tinha o sonho de vencer veloterras e campeonatos, mas as coisas não aconteceram assim. É melhor ver meu filho agora conquistando prêmios, é a realização do sonho dele”. Getulinho está regulamentado burocraticamente pra representar a cidade de São Borja, venceu corridas em Santo Ângelo e geralmente nas corridas é um dos mais novos a competir. “Novo em idade não quer dizer inexperiência”, ressalta Marcelo Lopes, que prepara as motos para as corridas e trabalha com Júnior desde o início das competições, em 2006.

O curioso na história é que nem seu pai, nem Júnior, o Getulinho, pensaram em profissionalizar essa paixão. “Corro porque gosto, não para ganhar dinheiro”, explica o guri, que sem presunção afirma levar uma vida tranqüila e feliz ao lado da família que o incentiva sempre.

Eu não penso eu sair daqui e ir correr pelo mundo. Eu quero correr e ganhar cada competição. O que vai acontecer depois eu não sei, ainda é cedo para dizer.

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