quinta-feira, 10 de junho de 2010

Acessibilidade, um desafio em São Borja

Ana Paula Kemerich
Luciano Costa

Vivemos hoje uma nova e propulsora face da inclusão social para deficientes físicos. O conceito atravessou a atividade básica antes vista apenas como alfabetização e independência dos deficientes, hoje não se busca só isso, mas também a acessibilidade a serviços e, principalmente, à informação.

Em São Borja, o Centro de Atendimentos Múltiplos, CAM, oferecem cursos didáticos para deficientes visuais e auditivos. Em 2009, em parceria com a Biblioteca Pública Municipal, foi lançado o projeto “Uma mão ensina a outra” na Feira do Livro, onde professores e alunos puderam ter contato direto e interagir com os visitantes da feira, apresentando a leitura em braile e a língua dos sinais.

Segundo Tauana Jeffman, 25, agente de biblioteca e responsável pelos projetos na Biblioteca Pública Getúlio Vargas, “os alunos do CAM são convidados especiais no projeto “Biblioteca 50 anos”, onde podem aproveitar apresentações em libras e um acervo de 300 obras em braile”.

Cristiele Lopes Carvalho, 21, estudante de jornalismo da Universidade Federal do Pampa, é a única sócia com deficiência visual da Biblioteca Municipal. A biblioteca oferece muitas obras literárias e em diversos formatos, como audiobooks, porém, peca na escolha das obras. “A maioria dos livros são de auto-ajuda e livros didáticos de português e história, por exemplo, mas os livros da área que estudo não há nada. Porém, essa é uma realidade em todo lugar. Há poucos lugares preparados para receber deficientes visuais com obras que realmente são necessárias”, salienta.

Tereza Marques, 55, considera “a inclusão de crianças e adolescentes portadores de diferentes tipos de deficiências um processo que atuará com eficácia somente no momento que escolas e professores receberem preparo pedagógico especializado para portadores de deficiência, além de estrutura física e material de apoio”. Professora há 21 anos na rede pública e estadual, Tereza afirma que o espaço que deveria ser de inclusão é muitas vezes de exclusão, pois a criança ou adolescente muitas vezes não acompanha o rendimento dos demais, principalmente por falta de material pedagógico especializado.

A Escola Estadual Getúlio Vargas, onde a professora atua, possui cinco alunos com diferentes deficiências, eles usufruem das mudanças e adequação da estrutura física da escola que adapta-se para recebê-los, um processo ainda lento mas um bom exemplo para as demais instituições de ensino da cidade.

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