quinta-feira, 24 de junho de 2010

Quem disse que para flertar tem idade?

Ana Camila Costa
Marcia Solares
Gabriella Oliveira

No Asilo São Vicente de Paula, em São Borja, um casal de idosos vem mostrando que para amar não existe idade. O senhor Cláudio Martins da Silva, 76 anos, e Dona Marina Aquino Camargo, 60 anos, são protagonistas de um romance que há dois anos vem causando, no mínimo, curiosidade pelas pessoas que conhecem a sua história.

A velhice, que para muitos é motivo de tristeza, de sérios problemas de saúde e até mesmo a solidão, para o casal Cláudio e Marina não representa alterações no cotidiano, mesmo morando em um asilo. “Seu Claudinho”, como é conhecido pelos amigos, veio para o abrigo em 1995, natural de Porto Alegre. Ele conta que se identificou com o Asilo São Vicente de Paula: “no começo estranhei, me falaram que iriam me trazer para o interior, mas cheguei aqui e vi que era na cidade, e depois de alguns dias já fiz muitos amigos aqui dentro”.

Dona Marina já freqüentava o espaço de fisioterapia do asilo. O grave problema no joelho e também a solidão fizeram com que ela, há dois anos, mudasse para o local. “Meus filhos não queriam que eu ficasse sozinha e eu tinha a opção de ir viver com minhas filhas, mas uma mora em são Leopoldo e a outra tem um comércio, não tinha tempo para cuidar de mim e aqui tenho minhas amigas, que me dou muito bem”, ressalta dona Marina.

A ideia do namoro na 3ª idade é vista de forma positiva pela professora aposentada Elizabeth Weber, 64 anos. Ela não vê problema no romance nessa época da vida e acredita que a companhia nessa fase da é importante. “Não existe idade para se gostar de alguém. Claro que não precisa se expor ao ridículo”, ressalta a aposentada. Opinião da qual, o aposentado Adolfo Gonçalves, 70 anos, compartilha: “acho que é normal, pois o amor existe em qualquer fase da vida. Todo o ser humano necessita de um companheiro para compartilhar seus momentos, embora com essa idade seja mais difícil, pois muitas vezes enfrentamos a rejeição por parte dos filhos e da família”.

O casal Marina e Claúdio não pretende oficializar a relação, mas deseja daqui a um tempo sair do asilo e ter o seu espaço com mais privacidade. O namoro de dois anos tem tudo para continuar, segundo dona Marina. O namoro só faz bem ao casal.

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