quinta-feira, 18 de junho de 2009

Animais peçonhentos: como prevenir acidentes e tratar

Por Andréia Sarmanho e Guilherme Veiga

Nos grandes centros, os casos de acidentes com animais peçonhentos são raros, mas em cidades de economia rural, como é o caso de São Borja, a freqüência aumenta.

Cobras, aranhas e escorpiões são os animais mais comuns nesse tipo de acidente. Podem ser de várias espécies, mas são considerados peçonhentos apenas aqueles que produzem veneno e o liberam ativamente por dentes ocos, ferrões ou aguilhões.

Os acidentes geralmente ocorrem na zona rural, habitat natural desses animais, em especial a cobra. Assim, o principal obstáculo de quem é vítima de um acidente com esse tipo de animal é a distância, já que as pessoas devem deslocar-se o mais rápido possível para o hospital. O tratamento é feito com soro antiofídico (ou antibotrópico).

A enfermeira do Hospital Ivan Goulart, Aparecida Trindade, explica o procedimento realizado na pessoa encaminhada ao hospital: “dependendo do tipo de cobra, o paciente é atendido na emergência e internado para a aplicação do soro. São vários tipos de soro, se for uma cobra de um tipo é feito um soro daquele tipo, específico para a picada de cada cobra”. A enfermeira conta que muitas vezes as pessoas não sabem identificar o animal, mas as características ajudam o profissional da saúde a reconhecê-lo. “O médico acaba sabendo pela descrição da cobra. Mas a grande maioria mata e traz”, acrescenta.

A Diretora da Vigilância Sanitária, Janaína Leivas, conta que no ano passado houve vários registros de acidentes com animais peçonhentos na cidade. Nesse ano, mesmo com a seca, que ajuda na propagação desses casos, nenhum lhe foi relatado ainda. Mas ela alerta: “o fundamental é procurar imediatamente o plantão, porque se procurar soro antiofídico na unidade básica não tem. Só o hospital possui”.

Contudo, a frequência das picadas de cobras é maior nos animais, como vacas, cavalos e principalmente cães, do que no homem. “Se a cobra estiver com toda a quantidade de veneno, o animal não resiste. O diagnóstico é muito rápido porque as presas ficam no animal, geralmente no pescoço porque é quando ele vai pastar”, explica Janaína, sobre acidentes com animais em propriedades rurais. “O bom seria que cada propriedade tivesse um kit que contém o soro, vendido nas veterinárias, porque até que venham na cidade e voltem, demora muito. Além disso, no final de semana dificilmente uma veterinária abre”, adverte.

A maior incidência de animais peçonhentos e de acidentes na região Sul é durante épocas de calor e chuva, de dezembro a março. Para prevenir essas ocorrências, cuidados básicos são necessários, como usar luvas nas atividades rurais e de jardinagem e não andar descalço. Sapatos, botinas sem elásticos e botas evitam 80% dos acidentes, mas caso ocorra, os procedimentos indicados são a lavagem do local atingido apenas com água e sabão e deitar imediatamente a vítima para que o veneno não se espalhe pelo corpo, encaminhando-a imediatamente para o hospital mais próximo.

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