quinta-feira, 25 de junho de 2009

ÓLEO DE COZINHA USADO: QUAL O DESTINO CORRETO?


Por Aline Donato e Bruna Bueno

O óleo de cozinha utilizado nas frituras de alimentos é um produto prejudicial ao meio ambiente. Quando despejado diretamente no ralo das pias, o óleo acaba, através do escoamento de esgoto, poluindo os rios das cidades. Ao ser jogado na terra, o produto pode inutilizar o solo.

A melhor alternativa é colocar o óleo usado em vidros ou garrafas pet e entregá-los em postos de coleta. O 2º Pelotão Ambiental da Brigada Militar de São Borja realiza um trabalho de recolhimento do produto no Cais do Porto da cidade. Conforme o sargento Joel da Silva Souza, a arrecadação mensal nos bares é elevada: “Dependendo do mês, a gente arrecada em média de 80 litros a 120 litros de óleo vegetal que foram utilizados pelos proprietários nas frituras”.

O sargento ressalta ainda que, apesar do trabalho estar voltado apenas para o Cais do Porto, qualquer pessoa pode levar o óleo que utilizou em casa até o Pelotão.

“Nós recolhemos o produto para que ele tenha uma condição de reaproveitamento e não prejudique o meio ambiente, pois já houve um caso de mortandade de peixes, em que a água ficou desoxigenada devido à grande quantidade de óleo que foi despejada”, afirma.

O óleo recolhido pelo 2º Pelotão Ambiental é enviado para o município de Santa Rosa, que possui uma fábrica que reaproveita o produto para produzir sabão. A reutilização do óleo de cozinha para a produção desse produto de limpeza é outra alternativa para que não ocorra a degradação do meio ambiente.

Conscientizada sobre os danos que o meio ambiente pode sofrer com o destino incorreto do óleo de cozinha usado, a proprietária de um dos bares do Cais do Porto de São Borja, Salete Fróes, há cinco anos produz sabão para o consumo próprio a partir do óleo utilizado nas fritadeiras do bar.

Segundo a proprietária, a alternativa traz benefícios para ela e para o meio ambiente: “Antes eu não sabia que o óleo das frituras podia ser reaproveitado, mesmo assim não jogava na natureza e doava para uma senhora. Hoje eu faço o sabão e nem preciso comprar outros produtos de limpeza”.

O bar de Salete Fróes possui duas fritadeiras que juntas utilizam mais de trinta litros de óleo: a fritadeira dos pastéis utiliza 7 latas de azeite e a dos peixes, requer 24 latas do produto, que são trocadas quinzenalmente. “Eu penso que se as pessoas tivessem a conscientização de não jogar o produto fora, de não jogar na natureza, tudo seria diferente. Aprendi a fazer sabão com a minha mãe e hoje vejo que o óleo tem um destino bem bom quando é reaproveitado corretamente”.

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